Rússia considera "ilegais" novas sanções americanas contra a Venezuela

Rússia considera "ilegais" novas sanções americanas contra a Venezuela

Kremlin afirmou que irá defender seus interesses no país latino

AFP

Rússia acusou os Estados Unidos de "ingerência"

publicidade

A Rússia classificou de "ilegais" as novas sanções americanas decretadas contra a empresa estatal de petróleo venezuelana PDVSA, acusou Washington de "ingerência" e anunciou a intenção de defender seus interesses na Venezuela.

"As autoridades legítimas da Venezuela consideram ilegais estas sanções e nos unimos totalmente a este ponto de vista", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. O porta-voz acusou Washington de "concorrência desleal" e de "ingerência flagrante". "Vamos defender nossos interesses no âmbito do direito internacional, usando todos os mecanismos a nossa disposição", completou Peskov.

A Rússia investiu bilhões de dólares em combustíveis e armas na Venezuela. O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou em uma entrevista coletiva que Moscou, "ao lado de outros membros responsáveis da comunidade internacional, fará o que estiver em seu poder para apoiar o governo legítimo do presidente Nicolás Maduro".

O governo dos Estados Unidos "optou pela via direta de derrubar as autoridades legítimas da Venezuela", afirmou Lavrov, para quem as sanções americanas "abalam gravemente os últimos vestígios de confiança no sistema monetário e financeiro internacional, baseado na preeminência do dólar".

Na segunda-feira, o Departamento do Tesouro americano impôs sanções a PDVSA, principal fonte de receitas da Venezuela, e determinou que a Citgo, sua filial nos Estados Unidos, continue operando desde que seus lucros sejam depositados em uma conta bloqueada.

A Venezuela enfrenta uma grave crise política desde que o líder da oposição Juan Guaidó se autoproclamou na semana passada presidente interino do país frente a Nicolás Maduro. Juan Guaidó já foi reconhecido pelos Estados Unidos e depois por vários países da América Latina.

A Rússia - segundo maior credor da Venezuela, atrás apenas da China - é um importante apoio político e financeiro do país, asfixiado por uma profunda crise econômica. Em dezembro, Maduro anunciou, durante uma visita a Moscou, investimentos russos de seis bilhões de dólares nos setores de petróleo e mineração na Venezuela.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895