Rússia e Ucrânia fazem novas negociações na fronteira bielorrussa-polonesa

Rússia e Ucrânia fazem novas negociações na fronteira bielorrussa-polonesa

Pontos-chave da reunião são cessar-fogo, armistício e corredores humanitários, segundo conselheiro da Presidência ucraniana

AFP

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As negociações entre Rússia e Ucrânia na fronteira bielorrussa-polonesa começaram, no oitavo dia da invasão russa - anunciou o conselheiro da Presidência ucraniana Mikhailo Podoliak.

"Começamos a discutir com os representantes russos. Os pontos-chave da agenda são um cessar-fogo, um armistício e os corredores humanitários para a retirada de civis das cidades e povoados destruídos, ou bombardeados de maneira constante", disse Podoliak no Twitter, publicando uma foto de membros das duas delegações à mesa de negociações.

A televisão russa publicou imagens dos membros das duas delegações apertando as mãos, os russos de terno e gravata e os ucranianos em uniforme militar.

Fontes bielorrussas e russas afirmaram que as negociações acontecem na cidade de Belovezhskaya Pushcha, na região bielorrussa de Brest, perto da fronteira com a Polônia. Para o negociador russo, Vladimir Medinski, essa localização permite a entrada e saída da delegação ucraniana pela Polônia.

A delegação russa coloca três questões na mesa: "o aspecto técnico-militar, o humanitário e internacional, assim como a política", disse Medinski, sem dar mais detalhes. Na véspera, o representante russo indicou que falariam sobre os pontos necessários para "um cessar-fogo".

A primeira reunião, na segunda-feira, terminou sem avanços concretos, mas as duas partes concordaram em se reunir pela segunda vez.

Conversa de Putin com Macron

O Kremlin informou nesta quinta-feira que o presidente Vladimir Putin, afirmou ao seu homólogo na França, Emmanuel Macron, que a Rússia pode aumentar suas exigências na lista de demandas apresentadas à Ucrânia.  De acordo com a presidência russa, Putin disse que continuará, "sem concessões", sua ofensiva contra "nacionalistas" na Ucrânia.

A conversa de Putin com Macron foi por telefone e durou uma hora e meia, segundo o Palácio do Eliseu. Foi a terceira entre os dois líderes desde o início da invasão da Ucrânia por parte do Exército russo, em 24 de fevereiro. Essa conversa aconteceu "a pedido do presidente Putin", disse o primeiro-ministro francês, Jean Castex, mais tarde, à televisão TF1. 

Bombardeios em centros urbanos

Prosseguem com força hoje os ataques russos à Ucrânia. Após assumir o controle de Kherson, considerada cidade estratégica dentro da Ucrânia, as tropas da Rússia intensificaram os bombardeios contra outros centros urbanos do território ucraniano. A série de ataques obrigou mais de um milhão de civis a abandonarem suas casas. 

No momento em que aumenta o arsenal de sanções, bloqueios e boicotes de resposta dos países ocidentais à invasão iniciada pela Rússia, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenski celebrou a resistência "heroica" de seu povo.

Zelensky disse que as tropas ucranianas provocaram 9 mil baixas entre as forças russas desde o início da invasão, um forte contraste com as 498 mortes informadas por Moscou, que divulgou pela primeira vez um balanço desde o começo da ofensiva em 24 de fevereiro.

Mais de 1 milhão de pessoas já saíram da Ucrânia

De acordo com o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), os dados mais recentes disponíveis nesta quinta-feira mostram que 1.038.583 de pessoas fugiram da Ucrânia para os países vizinhos desde o início da ofensiva russa.

"Em apenas sete dias, vimos o êxodo de um milhão de refugiados da Ucrânia para países vizinhos", tuitou o alto comissário do Acnur, Filippo Grandi. "Para milhões de outros, dentro da Ucrânia, é hora das armas caírem para que a assistência humanitária possa chegar e salvar vidas", afirmou. 

 

 

 


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