Rússia transfere ativistas do Greenpeace para prisão em São Petersburgo

Rússia transfere ativistas do Greenpeace para prisão em São Petersburgo

Bióloga gaúcha Ana Paula Maciel está detida desde setembro com o grupo

AFP

Presos são acusados de pirataria e vandalismo

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Os 30 membros da tripulação do Greenpeace detidos depois de uma ação em uma plataforma de petróleo no Ártico em setembro foram transferidos de uma prisão em Murmansk para São Petersburgo, anunciou a organização nesta sexta-feira. A ONG diz não saber os motivos da transferência do grupo de ativistas, no qual está a bióloga gaúcha Ana Paula Maciel, de 31 anos.

"Os prisioneiros não deveriam estar em prisão nenhuma. Eles deveriam estar livres para voltar às suas famílias e retomar suas vidas", declarou o diretor do Greenpeace International, Kumi Naidoo, citado no comunicado. "Vai ser mais fácil para as famílias e funcionários consulares visitar os 30. Mas não há nenhuma garantia de que as condições no novo centro de detenção serão melhores do que em Murmansk. E, na verdade, poderiam ser piores", acrescentou.

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Justiça russa mantém acusações de pirataria

Após anunciar que o indiciamento dos 28 ativistas do Greenpeace e dois jornalistas seria substituído por vandalismo, autoridades russas ainda não retiraram as acusações de pirataria sobre o grupo, informou a organização nesta sexta-feira. Na quinta, a Justiça do país concluiu a formalização das novas acusações de vandalismo para os 30 presos. Agora, eles permanecem sob as duas acusações, que podem lhes render até 15 anos de prisão – no caso de pirataria – ou até sete em condenação por vandalismo.

"O poderoso Comitê de Investigação anunciou na semana passada que as acusações de pirataria seriam substituídas por acusações de vandalismo. Mas, no momento em que os trinta detidos compareceram perante a comissão esta semana, as acusações de pirataria não foram retiradas. Ao invés disso, novas acusações foram feitas contra cada um deles", divulgou o Greenpeace

"Eles agora estão sendo acusados de dois crimes, que são puníveis com até 15 anos (por pirataria) e sete anos (por vandalismo)", acrescentou a organização.

A Comissão de Investigação havia anunciado em 23 de outubro que tinha decidido redesignar as ações movidas contras os 30 tripulantes do Greenpeace, entre os quais estavam 26 estrangeiros presos em Murmansk (noroeste).

A porta-voz do Greenpeace, Maria Favorska¯a, disse que os investigadores informaram aos 30 prisioneiros que estavam preparando os documentos sobre a reclassificação das acusações. "Nós ainda não recebemos tais documentos. Mas, formalmente, esta requalificação entrará em vigor apenas quando os advogados receberem pelo correio" uma carta para cada acusado, disse.

Ela indicou que apenas a acusação de pirataria permite a detenção de pessoas em águas internacionais. "Eles não têm nenhuma razão para manter em detenção as pessoas que não são piratas. Acredito que eles deliberadamente têm criado dificuldades para mantê-los na prisão o maior tempo possível", considerou.

O "Arctic Sunrise", que navegava sob a bandeira holandesa - a organização ecologista Greenpeace foi registrada sob a lei holandesa-, foi rebocado no final de setembro pela guarda costeira russa no Mar de Barents, depois de membros de sua tripulação tentarem escalar uma plataforma de petróleo em protesto.

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