Radiação contaminará arredores da usina de Fukushima por décadas
Produção de alimentos e criação de animas poderá ser prejudicada em raio de 100 quilômetros
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Segundo o presidente da ASN, André-Claude Lacoste, estas emissões também estão ligadas a "descompressões voluntárias" - emissões de vapor que contêm partículas radioativas -, destinadas a reduzir a pressão que causaria explosões. Sem esta medida as cápsulas de proteção poderiam se desfazer, levando a uma tragédia nuclear ainda mais grave. Além disso, há outras fugas de origem indeterminada, segundo a ASN.
Devido à amplitude das emissões em torno da central, "os depósitos de partículas radioativas no solo serão considerávei", preveniu Jean-Luc Godet, da direção de irradiaciações ionizantes e da saúde da ASN. "Levando em conta a meteorologia, é provável que a contaminação tenha chegado mais além, cerca de 100 quilômetros", projetou.
A ASN investigou parte dos alimentos produzidos nas proximidades e comprovou que algumas verduras já foram expostas a radiação acima da segura para o consumo. O governo japonês proibiu, nesta segunda-feira, a venda de leite e dois tipos de verduras produzidos nas quatro prefeituras próximas à central de Fukushima, devido a um nível anormalmente alto de radioatividade. Restos de iodo radioativo e césio também foram encontrados na água corrente em Tóquio e seus arredores, embora em proporções inferiores aos limites perigosos.