Reator 4 da usina nuclear de Fukushima sofre novo incêndio

Reator 4 da usina nuclear de Fukushima sofre novo incêndio

Fogo foi controlado, mas dois funcionários que trabalhavam no local estão desaparecidos

AFP

Reator 4 da usina nuclear de Fukushima sofre novo incêndio. Foto mostra piscina com combustível nuclear antes do terremoto

publicidade

Um novo incêndio ocorreu na manhã desta quarta-feira (horário do Japão) no reator 4 da central nuclear de Fukushima, um dia depois de uma explosão provocar um primeiro foco de chamas e danificar o teto do edifício que abriga o núcleo radioativo, anunciou a imprensa japonesa. Dois funcionários, que trabalhavam para controlar o superaquecimento, estão desaparecidos.

As chamas foram controladas no período da tarde, conforme porta-voz do governo. "Recebemos informações da Tepco de que não são mais vistas chamas ou fumaça", informou Minoru Ogoda, porta-voz da agência nuclear japonesa.

• Leia mais notícias sobre a crise nuclear e o terremoto no Japão

De acordo com a rede de TV NHK, eles estariam na área de turbina quando o incêndio começou e não foram mais avistados. Uma grande rachadura no teto do prédio preocupa a Companhia de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco). Um desabamento, acompanhado de explosões, poderia expor o núcleo radioativo do reator 4. Cinquenta oficiais da Tepco seguem na usina, apesar da radiação, para tentar evitar uma nova Chernobyl.

Além de enfrentar os danos à infraestrutura da maior parte do nordeste do país, os japoneses lutam contra a ameaça nuclear, após o terremoto de magnitude 9 que abalou o país na sexta e foi seguido de um tsunami. A polícia informou que o número oficial de mortos supera os 3 mil. Conforme a Polícia Nacional, há 1.885 feridos e 450 mil desalojados.

O primeiro-ministro, Naoto Kan, teria mostrado muita irritação, esta manhã, com representantes da Tepco. Ele teria ficado sabendo do incêndio apenas pela televisão. "A TV noticiou mais uma explosão, mas nada foi dito ao premier por cerca de uma hora. O que raios está acontecendo", vociferou Kan ao telefone, conforme a rede Al Jazeera.

Em meio ao temor da população de que a radiação se espalhe, o Comitê de Segurança Nuclear japonês informou, nesta quarta-, que os níveis de radiação nos arredores de Fukushima são de 400 millisieverts por hora. A Associação Nuclear Mundial considera o índice de 100 millisieverts por ano uma quantidade suficiente para provocar câncer.


Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895