Reatores de Fukushima expelem fumaça e Japão interrompe trabalhos na usina

Reatores de Fukushima expelem fumaça e Japão interrompe trabalhos na usina

Núcleos 2 e 3 apresentaram problemas durante a madrugada desta terça

AE

Reatores de Fukushima expelem fumaça e Japão interrompe trabalhos na usina

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A tentativa de restabelecer o sistema de resfriamento na usina atômica de Fukushima Daiichi foi suspensa, nesta terça-feira (horário do Japão), depois que nuvens de fumaça começaram a sair dos reatores 2 e 3.  Às 3h55min, fumaça acinzentada começou a sair do reator 3, o que levou à evacuação dos trabalhadores do local. Aparentemente, a origem era a piscina na qual estão armazenadas hastes de combustível usado, mas nenhuma explosão foi detectada. O vazamento parou às 6h, mas às 6h20min o reator 2 começou a soltar fumaça esbranquiçada por uma fresta aberta no telhado da construção que o abriga.

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A agência de notícias Kyodo informou que níveis de radiação 1,6 mil vezes superiores ao padrão foram detectados pela Agência Internacional de Energia Atômica a cerca de 20 quilômetrosda usina. A Agência de Segurança Nuclear do Japão disse que ainda não havia sido possível determinar o que provocou a emissão de fumaça e que os trabalhos de religamento da planta seriam interrompidos durante o dia.

A usina nuclear de Fukushima entrou em colapso depois do terremoto de magnitude 9, seguido de tsunami, que atingiu a região nordeste do Japão no dia 11 de março. O duplo desastre interrompeu o fornecimento de eletricidade ao local e comprometeu o gerador de segurança que deveria ter entrado em ação. Sem energia as bombas de água,  responsáveis pelo resfriamento das hastes de combustível radioativo se desligaram. O resultado foi o aumento da temperatura, o que causou incêndios e explosões, além do derretimento parcial dos reatores, o que trouxe risco de vazamento de radioatividade em grande escala.

A Autoridade de Segurança Nuclear francesa (ASN) avaliou, nesta segunda-feira, que os vazamentos radioativos da usina deverão contaminar a área por décadas. Conforme a entidade, as diversas vezes em que o combustível radioativo ficou exposto, por falhas de refrigeração, deixa "uma herança com a qual o Japão terá que conviver durante dezenas e dezenas de anos".



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