Rei saudita pune sociedade BinLaden após queda de guindaste em Meca

Rei saudita pune sociedade BinLaden após queda de guindaste em Meca

Acidente na última sexta deixou mais de 100 mortos

AFP

Acidente na última sexta deixou mais de 100 mortos

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O rei Salman da Arábia Saudita ordenou nesta terça-feira uma punição contra a empresa de construção BinLaden Group, responsável pelas obras de extensão dos locais sagrados em Meca. A medida foi tomada após a queda de um guindaste que causou mais de 100 mortes na Grande Mesquita.

De acordo com a agência de notícias oficial SPA, BinLaden Grup será excluído de novos projetos públicos e os membros do seu conselho administrativo serão proibidos de deixar o reino saudita até o final do processo judicial em vigor contra a empresa. O rei anunciou essas medidas depois de tomar conhecimento do relatório de uma comissão investigadora que chegou à conclusão de que o "BinLaden Group é parcialmente responsável pelo acidente, por não ter respeitado as normas de segurnaça" nas obras de extensão da Grande Mesquita.

O BinLaden Group está encarregado das obras dessa mesquita, avaliadas em ilhões de dólares, lançadas há quatro anos para ampliar a superfície do lugar 400.000 m2, o equivalente de 50 campos de futebol. O objetivo é que o complexo possa abrigar 2,2 milhões de peregrinos.

Mais de 100 mortos

Na sexta-feira passada, 107 pessoas morreram e 238 ficaram feridas na queda de um guindaste sobre a Grande Mesquita de Meca, no oeste da Arábia Saudita. O porta-voz das duas mesquitas santas (Meca e Medina), Ahmed bin Mohamed Al Mansouri, citado pela agência SPA, informou que o guindaste caiu "devido a ventos violentos e às fortes chuvas". Segundo ele, se não fosse pela ponte de Al Tawaf, os feridos e os mortos teriam sido muitos mais, em referência a uma passarela que rodeia a Kaaba, e que amorteceu a queda.

O governador da região, príncipe Khaled al-Faiçal, ordenou a abertura de uma investigação, a duas semanas da peregrinação anual a Meca, que reúne fiéis muçulmanos em todo o mundo. O incidente ocorreu no dia mais movimentado, na sexta-feira, dia da oração para os muçulmanos, quando a Grande Mesquita de Meca se enche de fiéis e peregrinos.

A Grande Mesquita abriga em seu pátio a Kaaba, enorme estrutura em forma de cubo negro, na direção da qual os muçulmanos de todo o mundo devem se curvar para orar cinco vezes por dia. Oficialmente o hajj ou peregrinação a Meca, um dos cinco pilares do Islã, deve começar em 21 ou 22 de setembro.

A agência oficial saudita SPA informou nesta sexta-feira que 800 mil peregrinos já chegaram na cidade. O hajj não registrou quaisquer incidentes graves nos últimos anos, em comparação a épocas passadas, nas quais as multidões de peregrinos provocavam dezenas de mortos.

A Arábia Saudita tem investido bilhões de dólares em transporte e outras infraestruturas para facilitar o movimento da multidão que participa do evento. Em janeiro de 2006, 364 peregrinos morreram pisoteados em meio ao pânico, e 251 dois anos antes nas mesmas circunstâncias. Em julho de 1990, 1.426 peregrinos morreram, em sua maioria sufocados em um tumulto em um túnel.

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