Reino Unido faz um minuto de silêncio pela morte de Elizabeth II

Reino Unido faz um minuto de silêncio pela morte de Elizabeth II

Funeral da monarca teve participação de dezenas de líderes mundiais

AFP

Funeral da monarca teve participação de dezenas de líderes mundiais

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O Reino Unido fez um minuto de silêncio neste domingo, às 20h locais (16h de Brasília), pela morte de sua rainha, Elizabeth II, cujo funeral de Estado com a participação de dezenas de líderes mundiais e enterro ocorrerão na segunda-feira.

O minuto de silêncio em nível nacional foi seguida na capela ardente, instalada no Westminster Hall, com a paralisação da fila dos britânicos, que desde a quarta-feira desfilam em frente ao caixão da monarca, que passou sete décadas no trono.

Os britânicos aproveitam as últimas horas para prestar seus respeitos à única rainha que conheceram até sua morte, aos 96 anos, em 8 de setembro, após passar sete décadas no trono. A capela ardente fechará suas portas às 06h30 locais (02h30 de Brasília) de segunda-feira.

"Decidi me juntar, no último minuto, à fila e aqui estamos. Vou poder vê-la, então estou muito emocionado", disse à AFP Chris Young, um bombeiro de 50 anos, que calcula ter ficado "talvez sete horas" esperando para se despedir de "uma dama realmente especial".

A transcendência da monarca que mais tempo reinou o país se evidencia na lista de presentes no serviço fúnebre, como não se via em Londres desde a morte, em 1965, de Winston Churchill, que liderou o país durante a Segunda Guerra Mundial.

Dirigentes visitam a capela ardente 

Sua nora, a rainha consorte Camilla, destacou que Elizabeth II foi "uma mulher só" em um mundo de homens. "Não havia mulheres primeiras-ministras, nem presidentes. Ela era a única, então penso que forjou seu próprio papel", afirmou a esposa do rei.

Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden; da França, Emmanuel Macron; do Brasil, Jair Bolsonaro, assim como os monarcas da Espanha, Suécia, Noruega, Luxemburgo, Mônaco, Bélgica e Holanda, além do imperador japonês Naruhito, acompanharão o funeral de Estado na Abadia de Westminster.

Bolsonaro aproveitou a visita a Londres e improvisou um comício eleitoral na residência do embaixador brasileiro. Ele também passou pela capela funerária da rainha, assim como Biden e sua esposa Jill, além do rei da Espanha, Felipe VI, sem o seu pai, Juan Carlos I, de quem está distante devido a um escândalo sobre sua fortuna que abalou a coroa espanhola.

Pai e filho se encontraram a caminho da recepção no Palácio de Buckingham.

O presidente dos Estados Unidos assinou o livro de condolências oficial, momento em que aproveitou para elogiar a monarca. "Já expliquei que minha mãe e meu pai pensavam que todos (...) mereciam ser tratados com dignidade e foi exatamente isso que ela transmitiu", assim como "a noção de serviço", disse Biden, para quem "o mundo é melhor graças a ela".

Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle, também visitaram a capela. "No Brasil, temos forte em nossa lembrança ainda sua passagem por lá, em 1968. Por tudo que ela representou para o seu país e para o mundo", tuitou Bolsonaro, após assinar o livro de condolências na Lancaster House.

A quantidade de líderes mundiais e o funeral de modo geral representam um desafio de segurança "maior que os Jogos Olímpicos de 2012", disse o vice-comissário da Scotland Yard, Stuart Cundy.

O funeral de segunda-feira começará com o transporte do caixão da rainha, que está no Parlamento britânico, para a Abadia de Westminster.

Às 11H00 (7H00 de Brasília) começará a cerimônia fúnebre, oficiada pelo deão de Westminster, David Hoyle, e com um sermão de Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana, da qual o monarca da Inglaterra é o chefe desde o rompimento de Henrique VIII com Roma no século XVI.

Após a cerimônia, o caixão de Elizabeth II será levado em uma montaria, com a participação de militares, pelas ruas de Londres até o Wellington Arch, em Hyde Park Corner, em um cortejo que deve ser observado por um milhão de pessoas.

A partir deste ponto será levado de carro até o Castelo de Windsor, a 30 quilômetros de distância, onde acontecerão uma nova cerimônia fúnebre, apenas para a família, e o enterro.

Por um momento "que não vai se repetir"

Espera-se que centenas de milhares de pessoas se reúnam ao longo do trajeto e milhões devem assistir ao funeral em pubs, telões instalados em parques e até cinemas exibirão o rito.

Desde sábado, 48 horas antes do cortejo fúnebre, muitas pessoas já estavam posicionadas em diferentes pontos do trajeto. Este é o caso de Fiona Ogilvie, 54 anos, que serviu na RAF (Força Aérea Real) e aguardava perto da Abadia.

"Quando você entra para a RAF promete lealdade à rainha e é algo que fica com você", explicou à AFP, antes de elogiar Elizabeth II como "alguém que nunca fugiu a seu dever".

Carol Chadwick, enfermeira de 64 anos, e o marido Tim estão na Praça do Parlamento com suas cadeiras de camping e abastecidos com sanduíches. "Estamos aqui para prestar nossa homenagem, mas especialmente porque é um momento histórico que não vai se repetir".


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