Reino Unido pede investigação independente sobre violência em Gaza
Inauguração de embaixada americana em Jerusalém foi estopim para conflito fronteiriço
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O governo alemão também se declarou a favor de uma investigação independente, "para esclarecer a violência e os confrontos sangrentos na fronteira", segundo o porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert. No entanto, assim como os Estados Unidos, Berlim responsabilizou o movimento palestino Hamas, que controla Gaza. "É claro que todo mundo tem o direito de protestar livremente, mas é igualmente claro que o direito ao protesto pacífico não deve tornar-se em movimento violento e o Hamas aposta numa escalada da violência", ressaltou o porta-voz do governo alemão.
Os Estados Unidos bloquearam nessa segunda-feira a adoção de uma declaração do Conselho de Segurança da ONU pedindo uma investigação independente. Quase 60 palestinos foram mortos na segunda-feira e outros 2.400 foram feridos por tiros de soldados israelenses na Faixa de Gaza durante os confrontos e manifestações contra a inauguração da embaixada americana em Jerusalém, uma promessa da campanha eleitoral do presidente Donald Trump.
"Lamentamos profundamente o alcance do uso de balas reais ontem", declarou o secretário de Estado britânico, que considerou "urgente relançar o processo de paz" na região. "Todas as circunstâncias na região podem ser uma oportunidade, até mesmo tragédias como a de ontem podem servir como um trampolim para a paz, em vez de alimentar novos confrontos", disse ele.
Alistair Burt também criticou o Hamas, considerado uma "organização terrorista" pelo Reino Unido, por exercer "pressão" sobre a população para alcançar seus objetivos. Além do Reino Unido e da Alemanha, a Irlanda também pediu uma "investigação internacional independente (...) conduzida pela ONU" sobre essa violência letal. O governo de Dublin convocou nesta terça-feira o embaixador de Israel para expressar seu "estupor e consternação pelo número de mortes e feridos".