Reino Unido vota por sair da União Europeia
Decisão afetou mercado asiático e derrubou cotação da libra esterlina
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Faltando 21 das 382 circunscrições, a vantagem pela saída da União Europeia era superior a pouco mais de 1 milhão de votos: 52% pela saída e 48% pela permanência – diferença que vinha se mantendo desde antes.
A ducha de água fria na UE começou em Newcastle, primeira cidade a divulgar resultados, onde a permanência venceu por pequena margem, mas muito inferior às previsões favoráveis à permanência, com 50,7% contra 49,3%. Já em Sunderland, outra cidade do Norte da Inglaterra, a saída do grupo europeu ganhou com ampla vantagem, por 61,34%, contra 38,66%.
Escócia e as grandes cidades votaram pela permanência na UE, inclusive superando as previsões, mas regiões inteiras do centro e do Sul da Inglaterra, e o País de Gales, apoiaram em massa pela saída do Bloco.
Londres, Glasgow, Aberdeen e Liverpool votaram a favor da UE, mas cidades de tradição operária e portos pesqueiros deram um rotundo “não” à permanência na UE.
Tremores na economia
A tendência da apuração derrubou a libra esterlina, que era cotada a 1,5 dólar no fechamento das urnas e caiu para 1,34 dólar no final da manhã desta sexta-feira nos mercados asiáticos, o menor valor desde 1985.
Os mercados asiáticos foram dominados pela instabilidade, com a Bolsa de Tóquio abrindo em alta de 0,59%, mas revertendo a tendência para cair 7% com os primeiros resultados oficiais.
Reino Unido será o primeiro a sair desde a criação da UE
Nunca um grande país abandonou a UE desde o nascimento do projeto europeu nos anos 1950, quando as nações ainda viviam sob os escombros da Segunda Guerra Mundial, e metade do continente era governado por ditaduras. Atualmente, a UE engloba 28 países democráticos.
O Reino Unido entrou para o bloco em 1973 e, dois anos depois, organizou um referendo para calar os eurocéticos, com vitória da permanência. A votação desta quinta-feira dificilmente encerrará esse debate.