Renúncia de Bento XVI foi antecipada por eventos no Brasil
Segundo secretário particular, Bento XVI desejava que seu sucessor participasse da JMJ no Rio de Janeiro
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Bento XVI tomou a decisão de renunciar ao posto em agosto de 2012 e comunicou ao seu secretário em dezembro do mesmo ano. Ele queria que seu sucessor participasse da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) na cidade do Rio de Janeiro. "Minha reação espontânea foi de dizer 'Não, Santo Padre, você não tem esse direito'. Mas essa seria uma reação afetiva, e muito rapidamente compreendi que ele me dizia isso porque já havia tomado sua decisão", explicou Gönswein.
O Papa revelou sua decisão para apenas quatro pessoas. "Ele me fez prometer manter a notícia sob segredo papal. Você pode imaginar que não foi fácil e que houve situações em que eu estava quase rasgado internamente", contou. Os cardeais presentes durante o anúncio feito pelo Papa, feito em latim, levaram algum tempo para compreender o que estava acontecendo, acrescentou.
"Alguns rostos estavam petrificados, outros incrédulos, confusos, chocados. Eles se entreolharam perguntando 'é isso mesmo o que eu entendi?". O exemplo de João Paulo II, que concluiu seu ministério na doença e sofrimento, foi fundamental para a sua decisão. "Continuar como o seu antecessor fez, ou mesmo imitá-lo, não era o estilo dele", disse.