República Democrática do Congo tem alerta falso de erupção de segundo vulcão

República Democrática do Congo tem alerta falso de erupção de segundo vulcão

A última erupção ocorreu em 22 de maio e provocou 34 mortes até o momento

AFP

Nyiragongo entrou em erupção em 22 de maio e provocou 34 mortes até o momento

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O governo da República Democrática do Congo (RDC) anunciou por engano neste sábado a erupção de um pequeno vulcão próximo ao Nyiragongo, no leste do país, onde todos os esforços se concentram agora na gestão da crise humanitária.

Após o caos provocado pela ordem de evacuação na quinta-feira ante o risco de nova erupção do Nyiragongo, a cidade de Goma estava em relativa calma neste sábado.

"Alerta falso no Nyamuragira. Um avião acaba de sobrevoar a área do vulcão. Nenhuma erupção foi registrada", afirmou o ministério da Comunicação, pouco depois de ter informado uma erupção de "baixa intensidade" em uma cratera secundária do vulcão, próximo ao Nyiragongo.

"Trata-se mais de atividades intensas de carbonização da madeira em carvão vegetal, cuja fumaça foi percebida como uma atividade do vulcão", explicou o ministério.

A região de Goma é uma zona de intensa atividade vulcânica, com seis vulcões, entre elos o Nyiragongo (3.470 metros) e o Nyamuragira (3.058 m).

O Nyiragongo entrou em erupção em 22 de maio e provocou 34 mortes até o momento, assim como a fuga de dezenas de milhares de habitantes de Goma. Desde sexta-feira, os tremores registram queda na cidade, tanto em frequência como em intensidade.

Um relatório divulgado neste sábado pelo Observatório de Vulcanologia de Goma (OVG) mostra que 61 tremores de terra foram registrados nas últimas 24 horas, terremotos "coerentes com o movimento de magma nos sistemas de fissuras do Nyiragongo em direção ao lago Kivu".

"Redobrar esforços" 

Goma, abandonada em grande parte por seus moradores, iniciou o fim de semana de maneira calma. As principais avenidas do centro da cidade estavam com pouco movimento. Muitas lojas permaneciam fechadas.

Pela primeira vez desde a erupção repentina de 22 de maio, o clima é muito bom e apenas o topo do Nyiragongo, observado no horizonte ao norte da cidade, continua coberto pela névoa.

Quase 400.000 pessoas fugiram de forma caótica durante a semana da capital provincial, após uma ordem de evacuação "preventiva" do governo. Os moradores seguiram para a província de Kivu do Sul, para a região de Masisi ou Ruanda.

Na sexta-feira, durante o conselho de ministros, o presidente Félix Tshisekedi pediu ao governo para "redobrar os esforços para uma gestão melhor da situação humanitária".

Uma equipe do governo viajou à região há alguns dias, mas o governo recebeu muitas críticas pela falta de soluções e a fuga caótica de quinta-feira. "O Estado decidiu a evacuação dos moradores de #Goma e #Nyiragongo sem oferecer NENHUMA ajuda", criticou no Twitter o coletivo de ativistas Luta.

O governo enfrenta agora uma crise humanitária, mais uma em uma região abalada há três décadas pela violência dos grupos armados.

A questão do acesso à água potável, com o risco de epidemia que acarreta, é uma das questões mais urgentes, segundo a ONU, a Cruz Vermelha as ONGs que atuam na região.


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