Republicanos elegem aliado de Trump à presidência da Câmara nos EUA

Republicanos elegem aliado de Trump à presidência da Câmara nos EUA

Decisão encerra três semanas caóticas de paralisação no Congresso

AFP

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Os republicanos elegeram, nesta quarta-feira (25), Mike Johnson, um aliado incondicional do ex-presidente Donald Trump, para chefiar a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. A decisão encerra três semanas caóticas de paralisação no Congresso.

Johnson, desconhecido da opinião pública, obteve 220 votos em sessão plenária. Além de pôr os conservadores em apuros, a estagnação impediu a Câmara de votar o pedido do presidente Joe Biden de aprovar um pacote de ajuda para Ucrânia e Israel.

A eleição foi recebida com aplausos e uma grande aclamação de pé pelos membros de seu partido, claramente aliviados por ver uma saída para a crise.

Ele é um "amigo de todos, inimigo de ninguém", disse a congressista republicana Elise Stefanik ao apresentá-lo na Câmara.

Johnson tem pela frente tarefas difíceis.

Em primeiro lugar, terá que negociar para evitar um bloqueio do governo federal ('shutdown') em meados de novembro, não apenas com políticos experientes como o senador democrata Chuck Schumer e o presidente Joe Biden, mas também com membros de seu próprio partido.

Além disso, terá que lidar com colegas muito divididos para atender ao pedido de fundos feito por Biden para ajudar Ucrânia e Israel.

Sua escolha foi o capítulo mais recente de uma novela política que evidenciou as disputas internas entre republicanos moderados e os apoiadores de Trump.

A frustração dos republicanos, ansiosos por encerrar uma crise que envergonhava a muitos deles, jogou a seu favor.

Quarta escolha

Mike Johnson foi a quarta escolha dos Republicanos em duas semanas para substituir o presidente destituído da Câmara de Representantes dos Estados Unidos. Outros três candidatos não conseguiram votos suficientes para assumir o posto.

A Câmara de Representantes está paralisada desde a destituição, em 3 de outubro, do presidente anterior, Kevin McCarthy, vítima de uma rebelião de partidários do ex-presidente Donald Trump.

Em uma tentativa de acabar com a crise, na terça-feira os republicanos, que têm maioria na Câmara, nomearam Tom Emmer, o nome mais moderado dos que apresentaram candidaturas ao cargo, mas ele, consciente das dúvidas de alguns trumpistas a apoiá-lo em uma sessão plenária, preferiu renunciar após algumas horas.

O Congresso americano não vota nenhum projeto de lei desde 3 de outubro.

E tudo isso em um cenário de grande tensão: os congressistas têm prazo até 17 de novembro para alcançar um acordo sobre um orçamento se desejam o a paralisação parcial da administração federal dos Estados Unidos, o que obrigaria centenas de milhares de trabalhadores a permanecerem temporariamente em casa sem direito a salário.

No cenário internacional, o Congresso tem duas questões pendentes.

Sem um presidente, a Câmara de Representantes não pode votar o pedido do presidente Joe Biden para desbloquear mais de 100 bilhões de dólares em fundos de emergência, em particular para ajuda militar a Israel e Ucrânia.

"Esta é provavelmente uma das coisas mais vergonhosas que já vi", declarou no domingo ao canal ABC News o líder do comitê republicano das Relações Exteriores, Michael McCaul. 

"Porque se não temos um presidente da Câmara, não podemos governar. E a cada dia que passa, estamos basicamente fechados como governo”, acrescentou.


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