Rishi Sunak é nomeado primeiro-ministro britânico pelo rei Charles III

Rishi Sunak é nomeado primeiro-ministro britânico pelo rei Charles III

Sunak se torna o primeiro chefe de governo britânico de uma minoria étnica e o mais jovem em mais de 200 anos

AFP e EFE

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O rei Charles III nomeou, nesta terça-feira, Rishi Sunak, o novo líder do governante Partido Conservador britânico, como novo primeiro-ministro do Reino Unido, em uma audiência no Palácio de Buckingham pouco depois de aceitar a renúncia oficial da polêmica Liz Truss.

Imagens divulgadas pelo palácio real mostram o monarca apertando as mãos de Sunak, neto de imigrantes indianos, de 42 anos, que se torna o primeiro chefe de governo britânico de uma minoria étnica e o mais jovem em mais de 200 anos.

Sunak teve um encontro com rei Charles III antes do pronunciamento / Foto: Aaron Chown / POOL / AFP

Logo após o encontro com o monarca, Sunak afirmou que a prioridade do governo que liderará será "a estabilidade econômica" e devolver "a confiança" à nação, além de ter feito um alerta que virão pela frente "decisões difíceis". O novo líder do Executivo fez pronunciamento às portas da residência oficial, no número 10 da Downing Street.

Sunak, de 42 anos, é o primeiro político de origem hindu a se tornar primeiro-ministro britânico e liderará um Partido Conservador dividido, a economia beirando a recessão e um conflito com a União Europeia por causa do protocolo da Irlanda do Norte, gerado pelo Brexit.

Erros que precisam ser corrigidos 

O agora chefe de gabinete garantiu que o governo de Truss "cometeu erros" e defendeu que ele foi escolhido pelo Partido Conservador para "corrigi-los", um trabalho que terá início "imediato".

Sunak afirmou admitir "o nobre objetivo" da antecessora, de querer promover o crescimento do Reino Unido, mas completou que ela "falhou" na estratégia, que defendia grandes cortes de impostos sem detalhar como seria reduzida a dívida, o que gerou caos nos mercados financeiros.

"Neste momento, nosso país enfrenta uma profunda crise econômica", disse o novo premiê, com uma expressão séria, antes de incluir que, na hora de buscar soluções, "mostrará compaixão", como fez na adoção do programa de proteção do emprego, quando era ministro da Economia durante a pandemia da Covid-19. "O governo que lidero não deixará para a próxima geração, dos nossos filhos e netos, uma dívida que fomos muito fracos para pagarmos nós mesmos", completou.

Discurso de união 

Sunak garantiu que unirá o partido e o país, "não com palavras, mas sim com atos" e prometeu trabalhar "dia após dia", em respeito à população, que não teve a chance de votar nele em eleições gerais. "Esse governo terá integridade, profissionalismo e responsabilidade em todos os níveis", disse o novo premiê, em um esforço para se distanciar dos antecessores, Boris Johnson e Liz Truss, embora tenha destinado palavras positivas a ambos.

Sunak garantiu que não se sente "intimidado" pelos desafios que enfrenta e manteve que respeitará as promessas feitas no manifesto eleitoral, que Johnson apresentou nas eleições gerais de 2019. "Sou consciente do cargo que aceitei e espero estar à altura das exigências. Quando se apresenta a chance de servir, você não pode questionar o momento, somente sua disposição", disse o novo primeiro-ministro.

Está previsto que Sunak participe amanhã de audiência no Parlamento, depois de iniciar, provavelmente hoje, a formação do gabinete de ministros. A primeira prova de fogo de Sunak será em 31 de outubro, quando o governo deverá apresentar o novo plano fiscal de médio prazo, com medidas para equilibrar as contas públicas. A oposição, em bloco, pede que sejam realizadas eleições gerais antecipadas, para dar à população a opção de decidir o futuro, depois de três diferentes primeiros-ministros em menos de dois meses.


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