Robô Philae segue trabalhando, mas está ficando sem energia

Robô Philae segue trabalhando, mas está ficando sem energia

Falta de exposição à luz afeta funcionamento dos paineis solares

AFP

Robô Philae segue trabalhando, mas está ficando sem energia

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O robô Philae passou a noite trabalhando no cometa, mas o funcionamento de seus paineis solares está afetado pela falta de exposição à luz, indicaram nesta sexta-feira fontes espaciais europeias. "Olá, Terra! Tive uma noite muito ativa no cometa. Estou de novo em contato com minha equipe", informou Philae em seu Twitter, mantido pela Agência Espacal Europeia (ESA).

Segundo as fontes, a coleta de informações científica se apresenta muito rica, mas as horas de vida que o robozinho tem pela frente são poucas porque no ponto em que se encontra pousado no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko não há exposição à luz solar. "Ele só tem poucas horas de vida com sua bateria. Depois são as baterias solares que deverão assumir a função, mas o robô está na sombra", explicou Philippe Gaudon, chefe do projeto Rosetta no Centro Nacional de Estudos Espaciais da França. "Temos apenas 1,5 hora de luz solar invés das 6 ou 7 horas previstas", afirmou, por sua vez, Koen Geurts, um dos diretores de voo da ESA. "Não é a situação que esperávamos", admitiu. Nestas circunstâncias e, apesar de tudo parecer operar corretamente no robô, os especialistas decidiram adiar algumas de suas operações de observação científica, como a perfuração do solo destinada a analisar as entranhas do cometa.

Desde quarta-feira Rosetta recebe as informações de Philae e as retransmite para a Terra através de ondas de rádio que demoraram quase meia hora para chegar à velocidade da luz. A missão Rosetta visa a desvendar os segredos que os cometas, aglomerados primordiais de gelo e poeira, devem guardar sobre como o Sistema Solar se formou, cerca de 4,6 bilhões de anos atrás.

Alguns cientistas consideram que os cometas devem ter "semeado" a Terra com alguns dos ingredientes da vida.
Levando Philae "nas costas", Rosetta foi lançada ao espaço em 2004 e alcançou seu alvo em agosto deste ano, usando o empuxo gravitacional da Terra e de Marte como um estilingue para aumentar sua velocidade.
Os dois percorreram uma distância de 6,5 bilhões de quilômetros juntos, antes da separação na quarta-feira, e da descida de 20 km de Philae.

Ao orbitar lentamente o "67P" desde agosto, Rosetta fez algumas observações surpreendentes sobre o cometa.
Seu contorno lembra de alguma forma o de um patinho de borracha, mais escuro que o carvão e com uma superfície retorcida e bombardeada por bilhões de anos no espaço, o que fez dele um ponto difícil de pousar. O robô complementa 11 instrumentos a bordo de Rosetta, a sonda de três toneladas responsável pela maioria dos sucessos da missão. O que quer que aconteça com Philae, Rosetta continuará a acompanhar o cometa à medida que ele se aproximar do Sol. Em 13 de agosto de 2015, os dois estarão a 186 milhões de quilômetros da nossa principal estrela.

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