Robô Philae segue trabalhando, mas está ficando sem energia
Falta de exposição à luz afeta funcionamento dos paineis solares
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Segundo as fontes, a coleta de informações científica se apresenta muito rica, mas as horas de vida que o robozinho tem pela frente são poucas porque no ponto em que se encontra pousado no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko não há exposição à luz solar. "Ele só tem poucas horas de vida com sua bateria. Depois são as baterias solares que deverão assumir a função, mas o robô está na sombra", explicou Philippe Gaudon, chefe do projeto Rosetta no Centro Nacional de Estudos Espaciais da França. "Temos apenas 1,5 hora de luz solar invés das 6 ou 7 horas previstas", afirmou, por sua vez, Koen Geurts, um dos diretores de voo da ESA. "Não é a situação que esperávamos", admitiu. Nestas circunstâncias e, apesar de tudo parecer operar corretamente no robô, os especialistas decidiram adiar algumas de suas operações de observação científica, como a perfuração do solo destinada a analisar as entranhas do cometa.
Desde quarta-feira Rosetta recebe as informações de Philae e as retransmite para a Terra através de ondas de rádio que demoraram quase meia hora para chegar à velocidade da luz. A missão Rosetta visa a desvendar os segredos que os cometas, aglomerados primordiais de gelo e poeira, devem guardar sobre como o Sistema Solar se formou, cerca de 4,6 bilhões de anos atrás.
Alguns cientistas consideram que os cometas devem ter "semeado" a Terra com alguns dos ingredientes da vida.
Levando Philae "nas costas", Rosetta foi lançada ao espaço em 2004 e alcançou seu alvo em agosto deste ano, usando o empuxo gravitacional da Terra e de Marte como um estilingue para aumentar sua velocidade.
Os dois percorreram uma distância de 6,5 bilhões de quilômetros juntos, antes da separação na quarta-feira, e da descida de 20 km de Philae.
Ao orbitar lentamente o "67P" desde agosto, Rosetta fez algumas observações surpreendentes sobre o cometa.
Seu contorno lembra de alguma forma o de um patinho de borracha, mais escuro que o carvão e com uma superfície retorcida e bombardeada por bilhões de anos no espaço, o que fez dele um ponto difícil de pousar. O robô complementa 11 instrumentos a bordo de Rosetta, a sonda de três toneladas responsável pela maioria dos sucessos da missão. O que quer que aconteça com Philae, Rosetta continuará a acompanhar o cometa à medida que ele se aproximar do Sol. Em 13 de agosto de 2015, os dois estarão a 186 milhões de quilômetros da nossa principal estrela.