Sérvia anuncia o envio de reforços policiais para a fronteira com a Hungria

Sérvia anuncia o envio de reforços policiais para a fronteira com a Hungria

Dezenas de migrantes conseguiram entrar em território húngaro após confrontos

AFP

Sérvia anuncia o envio de reforços policiais para a fronteira com a Hungria

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O governo sérvio protestou oficialmente nesta quarta-feira contra o uso por parte da Hungria de gás lacrimogêneo contra migrantes e anunciou o reforço de policiais em sua fronteira comum. "Decidi enviar reforços para evitar novos distúrbios", anunciou o ministro do Interior, Nebojsa Stefanovic, em um comunicado.

Dezenas de migrantes conseguiram, depois de mais de uma hora de confronto, entrar em território húngaro a partir da Sérvia, na passagem fronteiriça de Röszke, apesar dos policiais que tentavam conter o avanço. Eles conseguiram arrancar o alambrado levantado através das duas vias de acesso e avançaram dispostos a enfrentar as forças de segurança húngaras.

A polícia húngara impedir usando gás lacrimogêneo após migrantes terem jogado pedras e garrafas contra seus agentes. Segundo as autoridades, cerca de 20 agentes ficaram feridos no choque com os refugiados revoltados. Quase 500 migrantes estavam no local durante a tarde e 300 participaram nos distúrbios, aos gritos de "Freedom, freedom" (Liberdade, liberdade).

Crianças e adultos choravam após o uso do gás e os policiais sérvios, que observavam a cena sem intervir, foram obrigados a usar lenços. Dois helicópteros húngaros, um do exército e outro da polícia, sobrevoavam o local. Além disso, três veículos militares armados chegaram à fronteira com a Sérvia. Os veículos Humvee se posicionaram a uma distância de cerca de 200 metros da fronteira, perto da passagem de Röszke.

Este é o primeiro incidente do tipo constatado desde que Budapeste fechou completamente a fronteira com a Sérvia para evitar a entrada de refugiados, na segunda-feira à noite. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou o tratamento que a Hungria está dispensando aos imigrantes, que considerou inaceitável, e pediu que a dignidade humana seja respeitada.

"Foi chocante ver como estes refugiados e migrantes eram tratados. É inaceitável", disse Ban em uma coletiva de imprensa em resposta a uma pergunta sobre confrontos entre policiais e migrantes nas fronteiras húngaras.

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