Semana começa com expectativa da saída de brasileiros da Ucrânia

Semana começa com expectativa da saída de brasileiros da Ucrânia

Segundo o Itamaraty, cerca de 100 pessoas do Brasil, registradas na lista da embaixada em Kiev, ainda estão em solo ucraniano

R7

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A semana se inicia com a expectativa quanto a retirada de cidadãos brasileiros do território ucraniano que segue sob ataque da Rússia. A FAB (Força Aérea Brasileira) anunciou no sábado que dois aviões KC-390 Millennium estão de prontidão para o transporte dessas pessoas. No entanto, ainda não foram divulgados pela FAB ou pelo Itamaraty detalhes sobre onde, quando ou como será feita a retirada. 

No domingo, a Embaixada do Brasil em Kiev, na Ucrânia, orientou os brasileiros a procurar abrigos seguros após um alerta aéreo ser declarado na capital ucraniana neste domingo. "Um alerta aéreo foi declarado em Kiev! Pedimos a todos que sigam com urgência a um abrigo", informou a embaixada pelas redes sociais

Ainda no domingo, o Itamaraty afirmou em nota que até a noite, cerca de 80 brasileiros conseguiram sair da Ucrânia e ir para países fronteiriços, sobretudo Polônia e Romênia, com o apoio da embaixada brasileira. Segundo a nota, o plano de contingência do Itamaraty prevê a possibilidade de resgate quando as condições permitirem. "Nos primeiros dias, ante a falta de condições de segurança, estamos implementando a evacuação segura e ordenada," diz a nota.

Ainda de acordo com o Itamaraty, até a noite de domingo ainda constavam cerca de 100 brasileiros, registrados na lista da embaixada brasileira em Kiev, que permanecem em solo ucraniano. A comunidade brasileira na Ucrânia, antes do conflito, era estimada em aproximadamente 500 pessoas.

O Itamaraty afirma também que um grupo de trabalho foi formado na embaixada brasileira em Kiev para localizar e contatar brasileiros ainda na Ucrânia, com o apoio da Embaixada em Varsóvia. O objetivo do grupo montado é verificar a situação pessoal dos cidadãos brasileiros, condições de segurança nos locais onde estão abrigados e possibilidade de eventual evacuação.

"Há funcionários da embaixada brasileira em Chernivtsi, perto da fronteira ucraniana com a Romênia. Diplomata da embaixada do Brasil na Romênia também se deslocou para a fronteira para auxiliar o traslado, em ônibus providenciado pela Embaixada, de brasileiros para a capital Bucareste", diz a nota.

De acordo com o Itamaraty, cerca de 250 brasileiros que estão na Ucrânia se registraram junto à embaixada em Kiev. O número corresponde à metade dos 500 cidadãos brasileiros que estão em território ucraniano. O país europeu foi invadido por tropas russas na última quinta-feira.

Prioridade são mulheres, crianças e idosos

Em nota, a embaixada alertou que a "situação de segurança e de disponibilidade de transporte na cidade é instável e sujeita a mudanças repentinas, de modo que não é possível garantir a partida ou lugares suficientes. Prioridade deverá ser dada a mulheres, crianças e idosos”.

Desde que os ataques começaram, brasileiros que vivem no país tentam fugir de trem em direção à Polônia ou à Romênia, seguindo recomendações da embaixada em Kiev. Na madrugada deste domingo, atletas brasileiros que atuam na Ucrânia relataram dias de terror após a invasão russa.

O atacante Guilherme Smith, ex-Botafogo, que defende o Zorya, disse ter sido impedido de atravessar a fronteira com a Polônia após caminhar 60 quilômetros.

Bolsonaro comemora retirada de grupo de brasileiros

O presidente Jair Bolsonaro usou a sua conta no Twitter no domingo para comemorar a chegada de 37 brasileiros e dois uruguaios a Bucareste, na Romênia, vindos de várias regiões da Ucrânia. Entre eles estão jogadores do Shakhtar Donetsk e seus familiares.

Ele explicou que a Embaixada do Brasil estabeleceu um posto avançado na fronteira com a Moldova (caminho entre Kiev e Romênia) para recepcionar os brasileiros "que porventura cheguem desgarrados por aquela região fronteiriça".

Declaração do MRE

Em uma declaração divulgada na noite de domingo, pelo MRE (Ministério das Relações Exteriores), o Representante Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, Embaixador Ronaldo Costa Filho, disse que "o Brasil já deseja expressar sua gratidão à Polônia, Eslováquia, Hungria, Moldávia, Romênia e outros que estão facilitando a saída de pessoas que fogem do conflito, em especial brasileiros e latino-americanos".

 


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