Senado paraguaio destitui Fernando Lugo da presidência

Senado paraguaio destitui Fernando Lugo da presidência

Aprovação do impeachment recebeu 39 votos favoráveis e quatro contrários

Correio do Povo

Senado paraguaio destitui Lugo da presidência

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O Senado paraguaio decidiu, no fim da tarde desta sexta-feira, pela destituição do presidente Fernando Lugo. Foram 39 votos pela condenação e impeachment do presidente, quatro pela absovição e dois ausentes. Quem assume o cargo é o vice, Federico Franco.

Entre as razões apontadas pelos deputados que aprovaram o processo de impeachment na quinta-feira estão a ligação de Lugo com movimentos sociais atuantes no campo, agravado pelo conflito entre policiais e trabalhadores sem-terra, ocorrido há uma semana em uma fazenda no Nordeste do país, no qual morreram 17 pessoas.

Lugo é acusado de instigar a invasão de terras no Paraguai e de, segundo os deputados, submeter as forças de segurança a ordens dos movimentos sociais. Com isso, os parlamentares dizem que o presidente é incapaz de conter uma onda de violência no país.

No total, 39 dos 43 senadores presentes entenderam que o mandatário é culpado das acusações e Lugo foi automaticamente destituído às 17h27min locais (18h27min no Brasil), já que foram atingidos os dois terços (30 de 45 sem contar as ausências) exigidos pela Constituição do país. Quatro senadores apoiaram a absolvição do mandatário ao criticar o julgamento político como um atentado à democracia paraguaia. O atual vice-presidente Federico Franco assumirá a Presidência.

Na praça vizinha ao prédio Legislativo, os manifestantes receberam a notícia da destituição com gritos de "Lugo presidente" e logo tumultos foram desencadeados. Policiais anti-montins e a cavalo foram mobilizados para conter os manifestantes mais exaltados. Cerca de uma hora depois, Lugo deu discurso aceitando a decisão do Senado e se despedindo do povo.

Lugo não vai ao Senado e acompanha pela televisão

Fernando Lugo, 61 anos, ex-bispo católico, eleito em 2008, chegou a apresentar uma ação de inconstitucionalidade à Suprema Corte de Justiça contra o processo de impeachment. A defesa alegou que tratava-se de um "golpe disfarçado". "Não é mais um golpe de Estado contra o presidente, é um golpe parlamentar disfarçado de julgamento legal, que serve de instrumento para um impeachment sem razões válidas que o justifiquem", assegurou.

Na manhã desta sexta-feira, o presidente paraguaio optou por acompanhar o julgamento político pela televisão e passou o dia no Palácio de López, sede do governo paraguaio. Cinco advogados o representaram na sessão.

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