Situação frustra tentativa de pedido impeachment contra presidente paraguaio

Situação frustra tentativa de pedido impeachment contra presidente paraguaio

Maioria dos deputados se ausentou da Câmara para evitar pedido de abertura do processo

AFP

Pedido está relacionado com acordo secreto com o Brasil sobre usina de Itaipu

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A maioria dos deputados do governista Partido Colorado se ausentou nesta quarta-feira da sessão ordinária da Câmara para evitar dar entrada a um pedido de abertura de processo de impeachment apresentado pela oposição contra o presidente conservador Mario Abdo.

"Não existe a mais mínima possibilidade de julgamento político", disse o presidente da Câmara dos Deputados, o colorado Pedro Alliana, depois de suspender a sessão "por falta de quórum".

Apenas 39 dos 80 deputados se apresentaram. Um total de 32 legisladores opositores colocaram cartazes em frente a suas bancadas com a frase: "Julgamento político já!". Este pedido está relacionado à crise política que começou na semana passada, depois que se soube que o Paraguai havia assinado com o Brasil um acordo secreto sobre a distribuição de energia da hidrelétrica binacional de Itaipu desfavorável a Assunção. O acordo, contudo, foi anulado pelo Brasil.

"Primeiro o país e depois o partido. Não queremos que hoje pessoas que não tenham vencido as eleições entrem na presidência da República pela janela", enfatizou Alliana. O deputado se referiu assim à possibilidade de que o presidente do Senado, o liberal Blas Llano, fique encarregado da presidência caso Abdo e seu vice-presidente sejam destituídos. 

Segundo Alliana, os opositores "já estavam, inclusive, repartindo cargos diante da possibilidade de destituição do presidente".

O porta-voz do governo disse que seu movimento político Honor Colorado, alinhado ao ex- presidente Horacio Cartes, não se oporá às investigações para determinar a responsabilidade dos acusados de ter negociado contra os interesses do Paraguai.

A deputada liberal Celeste Amarilla assegurou que os colorados advertiram a oposição que suspenderão todas as sessões em que se pretenda introduzir o assunto. "Os colorados condicionam que não se fale mais do julgamento político. Se alguém tocar nesse tema, todos vão se levantar e ir embora. Agora também decidem quando podemos falar", lamentou.


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