Sobe para 345 o número de mortos após tumulto em comemoração no Camboja

Sobe para 345 o número de mortos após tumulto em comemoração no Camboja

Festival da Água terminou em tragédia em ponte sobre o rio Mekong

AFP

Sobe para 345 o número de mortos após tumulto em comemoração no Camboja

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Pelo menos 345 pessoas morreram, segundo um balanço ainda provisório, vítimas de um tumulto ocorrido nesta segunda-feira em uma ponte de Phnom Penh durante o tradicional Festival da Água, que atraiu milhares de pessoas no Camboja. A tragédia ocorreu durante a noite, na ponte que une Phnom Penh à Diamond Island, uma pequena ilha sobre o rio Mekong na qual eram celebradas as festividades do último dia do evento anual.

Números divulgados sucessivamente foram aumentando rapidamente. Na madrugada de terça-feira, o porta-voz do governo Khieu Kanharith indicou que pelo menos 345 pessoas morreram na catástrofe. "A maioria morreu por asfixia ou ferimentos internos", indicou Khieu Kanharith, acrescentando que o número de feridos chega a 440.

O primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, apresentou condolências às famílias das vítimas e declarou que as causas da tragédia não são conhecidas até o momento. "É preciso seguir investigando o que ocorreu", disse o primeiro-ministro, anunciando a criação de uma comissão para esse fim.

O chefe do governo inclusive chegou a dizer que se trata "da maior tragédia desde o regime (comunista do Khmer Vermelho) de Pol Pot", que matou cerca de dois milhões de pessoas, um quarto da população, entre 1975 e 1979.
Hun Sen também anunciou que o Camboja irá realizar um dia de luto nacional na quinta-feira.

Segundo o porta-voz do governo, se espalhou entre a multidão o rumor de que a ponte não era estável. "Isso desencadeou um movimento de pânico. Havia muita gente, e não tinham por onde escapar", acrescentou. Algumas testemunhas contaram que o tumulto começou na própria ponte. "Estávamos cruzando a ponte em direção à Diamond Island quando as pessoas começaram a empurrar do outro lado. Havia muitos gritos e pânico", declarou à Kruon Hay, de 23 anos, que ainda se encontrava no local.

"As pessoas começaram a correr, e caíam umas sobre as outras. Eu também cai. Se sobrevivi foi porque houve pessoas que me levantaram. Muitos pularam na água", acrescentou. Os policiais transportavam os corpos para fora da cena da tragédia, onde eram colocados no chão. A maior parte das vítimas era composta de jovens cambojanos. "É a maior tragédia que já vimos", declarou Sok Sambath, governador de Daun Penh, o distrito de Phnom Penh onde ocorreu o incidente.

O evento, de três dias de duração, é a maior festividade tradicional do Camboja. Sua finalidade é agradecer ao rio Mekong, que garante ao país a fertilidade de suas terras e a abundância de peixes. Fixado ritualmente na lua cheia de novembro, marca o final das cheias e um fenômeno único: a inversão do curso do rio Tonlé Sap.

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