Sobreviventes do vulcão da Guatemala enterram suas vítimas
Tragédia deixou mais de 110 mortos
publicidade
Centenas de pessoas formaram um corredor por onde passou o cortejo fúnebre, encabeçado por 11 crianças que seguravam flores, no qual também iam os corpos de Dolores Pérez Paz, de 21 anos, e de María Etelvina Charaldo, de 28. Jaime Barillas acompanhava desolado o cortejo ao lado do caixão de sua esposa, María Etelvina. O homem de 29 anos é agricultor e se salvou porque estava trabalhando em uma propriedade perto de Antiga Guatemala, a 25 km de San Miguel Los Lotes. As filhas de Jaime, Darley Andrea e Génesis Amaria, de seis e dois anos, respectivamente, continuam desaparecidas. Conseguiu somente recuperar o corpo de sua esposa, identificado por testes de DNA. Mil vizinhos, familiares e amigos das vítimas acompanharam a procissão até o cemitério de Alotenango.
Grupos de parentes continuavam procurando as vítimas e neste domingo de manhã voltaram a entrar na região devastada na comunidade da cidade de Escuintla, sem se importar com o perigo da intensa atividade que o vulcão mantém. Temem que o local seja declarado um cemitério e não consigam recuperar seus familiares, uma possibilidade avaliada pelas autoridades, apesar de seu possível custo político. As equipes de limpeza também continuavam as tarefas de busca na zona 0 e na estrada que liga o povoado com a via de Alotenango.
Socorristas voluntários e bombeiros espalhados pelo local quebravam paredes para encontrar corpos soterrados, embora a tarefa seja difícil pelas altas temperaturas mantidas pelo material vulcânico. Em meio à catástrofe, pessoas que levam água e comida aos socorristas aproveitam para gravar com seus celulares a cena de destruição.