Soldados israelenses acusam exército de uso indiscriminado de força
Documento com depoimentos anônimos indica morte de vítimas civis sem necessidade em Gaza
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"Esse princípio e os esforços empregados contra os combatentes palestinos causaram à população e sobre as infraestruturas civis um número de vítimas e desgastes sem precedentes", afirma a "Romper o silêncio". O grupo oferece aos soldados israelenses uma plataforma na qual podem se expressar sob anonimato. Esse instrumento de denúncia se transformou numa fonte de preocupação para as autoridades israelenses.
Entre os testemunhos recolhidos, há o de um soldado que relatou a morte de duas mulheres, baleadas por estarem muito perto da linha de fronteira israelense. Após a inspeção dos corpos, verificou-se que elas não estavam armadas. "Foram registradas como terroristas. Apontaram-lhes (as armas) e dispararam (contra elas), então evidentemente tinham que ser terroristas", desabafou o soldado.
Em resposta às denúncias, o exército israelense disse que pediu à "Romper o silêncio" que lhe fornecesse provas ou informações a respeito dos fatos denunciados para poder investigá-los. A organização, contudo, teria negado o pedido, o que, segundo o exército, coloca em dúvida suas intenções. Este documento é publicado no momento em que a atuação do exército durante a guerra de julho-agosto de 2014 é analisada pela ONU. Os palestinos querem levar os dirigentes israelenses à justiça internacional por crimes de guerra. O exército de Israel também conduz suas próprias investigações.