Superávit chinês apresenta queda de 63% em março

Superávit chinês apresenta queda de 63% em março

Queda do comércio da China é considerada um mau sinal para a economia mundial

AFP

Exportações da China caíram com força em março, com um retrocesso de quase 15% em um ano

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As exportações da China caíram com força em março, com um retrocesso de quase 15% em um ano, acompanhadas também por uma queda de suas importações, sintomas inquietantes para a segunda maior economia do mundo.

As exportações subiram para 886,83 bilhões de iuanes (cerca de 143 bilhões de dólares), enquanto que as importações subiram para 868,67 bilhões, anunciou a Administração Geral de Alfândegas.

Este organismo indica que o superávit comercial chinês despencou em março 62,6%, a 18,16 bilhões de iuanes (3 bilhões de dólares). Essas estatísticas confirmam a fragilidade de um dos mais tradicionais motores de crescimento do gigante asiático, líder mundial de comércio de bens manufaturados.

Esse retrocesso das exportações contrasta com a alta de quase 50% registrada em fevereiro, e com a previsão dos analistas consultados pela Bloomberg, que apontavam um crescimento médio de 8,2%. A alfândega chinesa, que ressaltou uma conjuntura mundial "complicada", admitiu nesta segunda-feira que essa queda inesperada gerará severas incertezas sobre as perspectivas do comercio exterior chinês.

Huang Songping, porta-voz da administração de alfândegas, diz que esse resultado é decorrente do feriado de Ano Novo chinês, que neste ano caiu em fevereiro. Durante as comemorações, as fábricas interrompem a produção, que depois é retomada gradualmente.

Mas ainda que não houvesse esse impacto, a queda das exportações teria sido de 4,4% em março, segundo informou o porta-voz. "As tradicionais vantagens competitivas da China estão desaparecendo", lamentou, referindo-se ao encarecimento da mão-de-obra local e ao aumento da concorrência no sudeste asiático.



Freio à economia

A frágil demanda interna mostra que há uma desaceleração da economia do país: as importações chinesas se contraíram em março cerca de 12,3%, a 868,67 bilhões de iuanes.

O recuo é menor do que os de janeiro e fevereiro, em torno de 20% -a maior constatada em cinco anos- mas está longe de melhorar. Os analistas também erraram em seus cálculos sobre as importações, com previsões de uma contração de 11,3%.

"Isso sugere um consumo interno que continua sendo fraco, embora a queda dos preços das matérias-primas nos últimos meses -petróleo e minérios de ferro, em particular- jogue para baixo o valor das importações", destacam os analistas do banco ANZ.

No entanto, apesar a desvalorização do euro, as importações chinesas procedentes da União Europeia (UE) caíram 10% no primeiro trimestre do ano, que as procedentes dos Estados Unidos caíram quase 13%.

A queda do superávit comercial chinês em março está muito longe dos excedentes registrados nos últimos meses. Por exemplo, em fevereiro chegou aos 370,5 bilhões de iuanes, em torno aos 60 bilhões de dólares.

O excedente comercial chinês foi em 2014 de 2,35 trilhões de iuanes, graças à estagnação das importações.

Em meados de março, o governo reconheceu a forte desaceleração das trocas comerciais assim como do consumo interno e agora prevê que em 2015 as exportações crescerão em torno de 6%, frente aos 7,5% de meta em 2014.


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