Thatcher morreu impune, diz veterano argentino da Guerra das Malvinas

Thatcher morreu impune, diz veterano argentino da Guerra das Malvinas

Ex-premiê britânica causou polêmica pela postura autoritária

AFP

Margaret Thatcher morreu aos 87 anos, após sofrer um derrame

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A ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher, que morreu nesta segunda-feira aos 87 anos, não será lembrada como alguém que tenha contribuído para a paz, afirmou o presidente do Centro de Ex-combatentes das Malvinas, Mario Volpe. "Thatcher morreu impune, sem ser julgada", disse o líder dos veteranos da guerra nas ilhas Malvinas entre Argentina e a Grã-Bretanha em 1982, durante o governo Thatcher.

Volpe disse ainda que a britânica teve a oportunidade de frear a Guerra das Malvinas, mas que a decisão de afundar o cruzador argentino General Belgrano, que se encontrava fora da zona de exclusão estabelecida por Londres, intensificou o conflito bélico. O ataque ao navio da marinha argentina, em 2 de maio de 1982, deixou 323 mortos, de um total de 649 argentinos que morreram no conflito que durou 74 dias, enquanto que as vítimas britânicas foram 255.

A ex-premiê britânica causou polêmica pela postura autoritária ao longo da carreira política. Conhecida como "Dama de Ferro", Thatcher foi a primeira e até agora única primeira-ministra britânica, permaneceu 11 anos no poder, entre 1979 e 1990.

Sindicalista inglês comemora morte da ex-premiê

O chefe regional do Sindicato dos Mineiros no nordeste da Inglaterra David Hopper comemorou a morte da ex-premiê. "Este é um dia maravilhoso, estou muito contente", declarou Hopper. "É o meu aniversário de 70 anos hoje, e este é um dos melhores dias da minha vida", festejou.

Após 1985, cerca de 230 mil mineiros perderam seus postos de trabalho e 165 minas foram fechadas pelo governo de Margaret Thatcher, depois de um impasse de um ano entre a primeira-ministra e os mineiros em greve. "Thatcher fez mais mal ao nordeste do que qualquer outra pessoa. Não se trata apenas das minas de carvão. Ela destruiu os sindicatos. Ele dizimou a indústria, destruiu a nossa comunidades", acrescentou. "A Inglaterra agora importa 40 milhões de toneladas de carvão por ano. Isso é absolutamente ultrajante", completou.

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