Theresa May cobra acordo da oposição para aprovação do Brexit

Theresa May cobra acordo da oposição para aprovação do Brexit

Primeira-ministra sentiu "frustração" dos eleitores pela derrota infligida a seu partidos nas eleições locais

AFP

Theresa May pediu ao líder trabalhista Jeremy Corbyn para que se chegue a um acordo para finalizar o Brexit

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A primeira-ministra britânica Theresa May pediu ao líder trabalhista Jeremy Corbyn para que se chegue a um acordo para finalizar o Brexit, quase três anos após o referendo que decidiu que o Reino Unido deveria deixar a União Europeia (UE). Em um artigo publicado pelo Daily Mail neste domingo, a chefe do Governo estimou que o "público está farto da incapacidade dos dois principais partidos de encontrar uma maneira de honrar o resultado do referendo". 

O divórcio estava previsto para 29 de março, mas foi adiado para 31 de outubro devido à falta de acordo no Parlamento britânico. May sentiu a "frustração" dos eleitores pela derrota infligida a seu partido nas eleições locais de quinta-feira. 

Os 'Tories' perderam mais de um dos quatro representantes do conjunto de bancadas em jogo, seu pior resultado em 24 anos. Mas a oposição trabalhista, incapaz de aproveitar o momento, também perdeu várias dezenas de representantes, quando esperava reconquistar alguns assentos. "Ao líder da oposição, digo isto: escute o que os eleitores expressaram nas eleições locais e vamos deixar de lado as nossas diferenças no momento, vamos chegar a um acordo", concluiu a líder conservadora. 

O governo iniciou negociações com o Partido Trabalhista em abril para tentar chegar a um acordo sobre o Brexit para sair da situação criada pela rejeição, na Câmara dos Comuns, de todos os cenários que permitiriam que o Brexit se materializasse. Os deputados votaram contra o acordo de saída alcançado pelo governo com Bruxelas em três ocasiões, e contra todas as opções alternativas (incluindo uma saída sem acordo ou uma renúncia ao Brexit) que foram propostas. 

As discussões entre o poder executivo e a oposição, qualificadas como "sérias" por Theresa May, devem ser retomadas na terça-feira. Elas não avançam sobre a questão de uma união aduaneira com a UE, defendida pelo Partido Trabalhista para preservar a fluidez das trocas e relações com os 27 membros da UE, mas rejeitada pelos conservadores que querem ter uma política comercial autônoma novamente. 

De acordo com o Sunday Times, May vai propor "três grandes concessões" a Corbyn para chegar a um acordo, incluindo o estabelecimento de uma união aduaneira com a UE até as próximas eleições legislativas, marcadas para 2022.

As outras duas concessões estariam no alinhamento da regulamentação britânica aos textos europeus sobre os direitos dos trabalhadores e as normas para algumas mercadorias. No entanto, mais de 100 deputados antieuropeus de cinco partidos já escreveram a May e Corbyn para avisar que rejeitarão qualquer proposta de acordo que não seja submetida a um referendo. 


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