Tiroteio em frente a sinagoga de Jerusalém Oriental deixa sete mortos

Tiroteio em frente a sinagoga de Jerusalém Oriental deixa sete mortos

Episódio é a mais recente de uma espiral de violência desencadeada por uma operação militar de Israel na Cisjordânia ocupada

AFP

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Sete pessoas morreram nesta sexta-feira em um ataque a tiros em frente a uma sinagoga de Jerusalém Oriental e o autor do atentado foi morto. O episódio é a mais recente de uma espiral de violência desencadeada ontem por uma operação militar de Israel na Cisjordânia ocupada.

O ataque, em um bairro de colonização judaica do setor de Jerusalém anexado por Israel, ocorreu poucas horas depois de um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, em resposta a disparos de foguetes a partir do enclave palestino.

O comandante da polícia israelense, Kobi Shabtai, classificou o tiroteio como "um dos piores ataques que tivemos nos últimos anos". Ele aconteceu no Dia Internacional de Recordação do Holocausto.

Segundo a polícia, "por volta das 20h15 locais, um terrorista se aproximou de uma sinagoga na avenida Neve Yaakov de Jerusalém e abriu fogo contra as pessoas na área", segundo um comunicado oficial.

Sete civis morreram como resultado do ataque terrorista e outros três ficaram feridos, segundo a polícia. O atirador fugiu de carro do local e foi rastreado e morto pela polícia. O Magen David Adom (MDA, equivalente israelense da Cruz Vermelha) registrou dez pessoas baleadas.

Os Estados Unidos condenaram o ataque, que classificaram como "horrendo". "Nos solidarizamos com o povo israelense", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel. Mais cedo, Washington encorajou "todas as partes envolvidas" a procurar "desarmar a crise com urgência".

Incursão por Jenin

Uma operação israelense no campo de refugiados de Jenin, norte da Cisjordânia, deixou nove mortos, informou o Ministério da Saúde da Palestina.

No mesmo dia, outro palestino faleceu ao ser atingido por tiros de tropas israelenses em um incidente separado perto de Ramallah, também na Cisjordânia.

Israel disse se tratar de uma operação de "contraterrorismo" contra a Jihad Islâmica.

A Autoridade Palestina classificou a incursão como um "massacre" e anunciou que não irá mais cooperar com Israel em matéria de segurança.

Segundo a ONU, não eram registradas tantas mortes em apenas uma operação israelense na Cisjordânia desde o início dos registros das operações em 2005.

O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos fez um apelo para que se "coloque um fim ao ciclo interminável de violência".

Antes de se retirar, as forças israelenses "jogaram deliberadamente granadas de gás lacrimogêneo" na ala pediátrica de um hospital de Jenin, "o que provocou a asfixia de algumas crianças", denunciou a ministra da Saúde palestina, Mai Al Kaila.

"A operação ocorreu não muito longe de um hospital e é possível que o gás lacrimogêneo tenha entrado por uma janela aberta", disse um porta-voz do Exército israelense à AFP.

O acampamento de Jenin, criado em 1953, abriga cerca de 20 mil refugiados, segundo a UNRWA, agência da ONU encarregada dos refugiados palestinos.

Bombardeio contra Gaza

Israel bombardeou a Faixa de Gaza em resposta aos disparos de foguetes a partir do território palestino.

O Exército de Israel informou que efetuou ao menos duas séries de bombardeios aéreos contra áreas do Hamas, após vários lançamentos de foguetes em direção ao sul do país.

As explosões atingiram a cidade de Gaza, segundo correspondentes da AFP.

Nenhum dos dois lados registrou feridos. A maioria dos foguetes disparados a partir de Gaza foi interceptada pelo sistema de defesa aérea israelense.

O Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e a Jihad Islâmica participaram dos disparos, indicou Khaled el-Batsh, uma autoridade da Jihad Islâmica, que, horas antes, havia afirmado em um comunicado que os projéteis disparados "levam uma mensagem: o inimigo (Israel) deve permanecer alerta, porque o sangue palestino derramado custa caro".


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