Tribunal Constitucional anula declaração de independência da Catalunha

Tribunal Constitucional anula declaração de independência da Catalunha

Corte decidiu multar membros de sindicato eleitoral

AFP

Tribunal Constitucional anula declaração de independência da Catalunha

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O Tribunal Constitucional da Espanha anulou nesta quarta-feira a declaração de independência da Catalunha, acordada no último dia 27 de outubro. A informação foi divulgada no final da manhã de hoje pelo jornal El País. De acordo com a publicação, a corte decidiu cobrar multas de 12 mil euros diários para os membros do sindicato eleitoral Josep Maria Jové e Rosa María Vidal.  
 
Nesta quarta-feira, uma grande paralisação do sindicato independentista mobilizou milhares de pessoas e o trânsito na Catalunha foi afetado. Na segunda-feira ficou decidido que o ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, e os quatro ex-conselheiros do seu governo que foram para a Bélgica vão permanecer em liberdade, sob medidas cautelares.

Diferente da paralisação geral de 3 de outubro, convocada em protesto pela violência policial durante o referendo de independência do dia 1º, a maioria dos mercados, lojas e restaurantes de Barcelona abriram suas portas e as fábricas da região funcionavam normalmente.

"A adesão à greve foi mínima na prática em todos os setores, menos no da educação", assegurou em Barcelona Juan Antonio Puigserver, secretário do ministério do Interior espanhol.

Convocada pelas associações e um sindicato separatistas, a greve visava paralisar esta região, que reúne um quinto da riqueza do país, em protesto contra a prisão de vários líderes e contra a intervenção de Madri na autonomia catalã.

Os grevistas concentram sua ação em perturbar os transportes, bloqueando 60 pontos da malha rodoviária, incluindo as duas principais autoestradas que ligam a região com a França e Madri, e os principais acessos à Barcelona, informou o serviço de tráfego regional.

A circulação de trens de alta velocidade entre Barcelona e a França também foi suspensa, depois que um grupo de manifestantes com bandeiras separatistas invadiu a vias férreas da estação de Girona, aos gritos de "liberdade, liberdade!".

Outro grupo de manifestantes forçou o fechamento da principal atração turística da cidade, a basílica da Sagrada Família. Nas portas da igreja colaram um enorme cartaz com a mensagem: "A repressão não é uma solução" en inglês.

A greve foi convocada pelo sindicato separatista CSC pouco depois da decisão da Audiência Nacional de Madri de prender oito líderes regionais destituídos, mas não conta com o apoio dos principais sindicatos.

O setor da educação foi o que mais aderiu à greve, uma vez que seu principal sindicato expressou apoio a esta mobilização.

No Congresso de Madri, Rajoy afirmou que "as coisas estão funcionando bem" e se mostrou esperançoso quanto as eleições convocadas para o dia 21 de dezembro. Ele espera que sirvam "para abrir uma nova fase política, que necessariamente deve ser uma etapa de tranquilidade, normalidade, de convivência".

As pesquisas apontam um resultado similar ao das eleições de 2015, quando os separatistas conquistaram a maioria dos assentos, mas não de votos.

Os dirigentes compareceram nesse domingo diante de um juiz belga para prestar depoimento. A decisão da Justiça é de que eles vão permanecer em liberdade condicional e não poderão sair do país. Além disso, devem indicar um endereço de residência fixa e comparecer ao tribunal sempre que forem convocados.

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