Tribunal francês absolve Jean-Marie Le Pen por incitação ao ódio racial

Tribunal francês absolve Jean-Marie Le Pen por incitação ao ódio racial

Fundador do principal partido de extrema direita recebeu uma série de condenações por discursos de ódio

AFP

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Um tribunal francês absolveu nesta sexta-feira o fundador do principal partido de extrema direita Jean-Marie Le Pen das acusações de incitação ao ódio racial pelos comentários dirigidos contra um cantor francês de origem judaica.

Le Pen, de 93 anos, recebeu uma série de condenações por discursos de ódio que levaram sua filha Marine a expulsá-lo da liderança do Frente Nacional em 2015, em uma tentativa de moderar seu partido.

O veterano continuou provocando indignação com declarações sobre judeus, muçulmanos, negros e migrantes, inclusive insistindo que as câmaras de gás nazistas eram apenas um "detalhe" da história da Segunda Guerra Mundial.

O último julgamento deve-se a um vídeo de 2014 no site do partido no qual Le Pen criticou os artistas que denunciaram suas posturas extremistas, entre os quais incluía Madonna, Patrick Bruel e a estrela do tênis francês Yannick Noah, que se tornou cantor.

Sobre o cantor e ator Patrick Bruel, de origem judaica, Jean-Marie Le Pen disse no vídeo: "Escute, da próxima vez vamos passá-lo pelo forno!"

A declaração provocou um incômodo generalizado, inclusive entre os líderes de seu próprio partido. Marine Le Pen criticou o que classificou como um "erro político". Várias associações judaicas informaram que vão recorrer da sentença.

O julgamento de um dia, que ocorreu na ausência de Le Pen em setembro, foi adiado por anos enquanto ele exigia imunidade como membro do Parlamento Europeu, um cargo que ganhou em 1984 e ocupou até 2019. Mas os legisladores suspenderam essa proteção jurídica em 2016 para processá-lo.


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