Tribunal japonês nega pedido de liberdade para Carlos Ghosn

Tribunal japonês nega pedido de liberdade para Carlos Ghosn

Julgamento do presidente da Renault deve acontecer dentro de alguns meses

AFP

Empresário foi acusado de sonegar 5 bilhões de ienes

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O tribunal de Tóquio negou nesta quarta-feira um pedido de soltura para o presidente da Renault, Carlos Ghosn, um dia depois de seu primeiro comparecimento perante a Justiça japonesa. Os advogados do empresário apresentaram na terça-feira um recurso para obter sua liberdade, mas o juiz negou, argumentando o risco de fuga do acusado e a possibilidade de alteração de provas. "O pedido para anular a detenção foi rejeitado em 9 de janeiro", anunciou o tribunal de Tóquio em um comunicado.

• Prisão de Carlos Ghosn é prolongada até 11 de janeiro

O advogado de Ghosn, Motonari Otsuru, acredita que seu cliente ficará detido até o julgamento, o que pode acontecer dentro de alguns meses. Na quarta-feira, Ghosn declarou que foi "falsamente acusado e injustamente detido". Em seu primeiro depoimento desde que foi detido por suspeita de fraude financeira, o magnata do setor automotivo, de 64 anos, afirmou que agiu com "honra, legalmente e com o conhecimento e a aprovação dos diretores da Nissan". Recordou que "dedicou duas décadas de sua vida para reerguer" a montadora japonesa e disse que foi "acusado falsamente e detido de maneira injusta".

No dia 10 de dezembro, o empresário franco-brasileiro-libanês foi acusado de sonegar 5 bilhões de ienes (44 milhões de dólares) em renda entre 2010 e 2015. Ghosn também é suspeito de sonegação de renda entre 2015 e 2018, de abuso de confiança, assim como de desviar dinheiro de uma conta da Nissan para um amigo saudita. Ele nega todas as acusações.

Decorrente da rigidez do sistema judiciário japonês, a duração de sua prisão surpreende os estrangeiros. Diante da avalanche de acusações, a Renault optou por permanecer discreta e manter sua confiança em Carlos Ghosn, enquanto a Nissan e a Mitsubishi Motors rapidamente o retiraram da presidência do conselho de administração.

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