Trump defende indicação de Gina Haspel, acusada de tortura, à direção da CIA

Trump defende indicação de Gina Haspel, acusada de tortura, à direção da CIA

Especialista coordenou célula de interrogatórios na Tailândia, onde teria ocorrido práticas desumanas

AFP

Especialista coordenou célula de interrogatórios na Tailândia, onde teria ocorrido práticas desumanas

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta segunda-feira sua polêmica escolha para dirigir a CIA, Gina Haspel. Uma sabatina do Senado deve focar nos relatos de que a especialista em segurança teria participado de torturas. Com uma longa carreira no serviço clandestino da Agência Central de Inteligência, onde atualmente é subdiretora, Gina dirigiu a célula de interrogatórios da agência na Tailândia, depois dos ataques do 11 de Setembro.

Nesta quarta-feira, ela pode enfrentar uma dura audiência de confirmação no Senado, depois que vários congressistas - incluindo o senador republicano John McCain, que foi torturado como prisioneiro de guerra no Vietnã - manifestaram reservas sobre sua participação na tortura de detidos. Os legisladores e grupos de direitos humanos reivindicaram detalhes sobre os métodos usados em prisões clandestinas de que a CIA dispunha em vários países no âmbito da "guerra contra o terrorismo".

Segundo vários informes, os suspeitos da Al Qaeda Abu Zubaydah e Abd al-Rahim al-Nashiri foram brutalmente interrogados, jogados contra as paredes e submetidos a várias sessões de "submarino" (um tipo de afogamento) em 2002 na Tailândia. Segundo se diz, Haspel participou na destruição de fitas de vídeo da CIA que registram os interrogatórios. "O que quero que aconteça nesta sessão é que os americanos vejam quem é esta indicada e qual foi papel no período particular que transcorreu entre 2002 e 2007", disse o senador democrata Ron Wyden.

"Minha muito respeitada indicada para ser diretora da CIA, Gina Haspel, foi criticada porque foi muito dura com os terroristas", tuitou Trump, nesta segunda de manhã. "Pensem nisso, nesses tempos tão perigosos, temos a pessoa mais qualificada, uma mulher, que os democratas querem fora porque é muito dura com o terror. Vença, Gina!", acrescentou.

Citando funcionários de alto escalão, o jornal The Washington Post publicou no domingo que a própria Haspel disse que retiraria sua indicação diante da perspectiva de uma dura audiência no Senado. A sabatina poderia prejudicar sua reputação e a da agência. Segundo o periódico, Trump decidiu pressioná-la para que mantenha sua indicação.

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