Trump endurece discurso e chama neonazistas e supremacistas brancos de repugnantes

Trump endurece discurso e chama neonazistas e supremacistas brancos de repugnantes

Após sofrer críticas por fala ambígua, presidente condenou os ataques em Virgínia

AFP

Trump endurece discurso contra neonazistas e supremacistas brancos

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Após ter dado declarações genéricas e pouco contundentes sobre os atos violentos de uma manifestação da extrema direita americana em Charlottesville, Virgínia, o presidente norte-americano Donald Trump condenou os ataques do fim de semana. Nesta segunda, Trump definiu o racismo como um mal e chamou Ku Klux Klan (KKK), neonazistas e supremacistas brancos de "repugnantes".

Trump denunciou o que considera "uma flagrante manifestação de ódio, fanatismo e violência". Segundo ele, esse tipo de manifestação "não tem lugar nos Estados Unidos". "Não importa a cor de nossa pele, todos nós vivemos sob as mesmas leis. Todos saudamos a mesma bandeira", enfatizou, prometendo "justiça". "Seja quem for que tenha atuado criminalmente na violência racista deste final de semana, será plenamente responsabilizado. A justiça será feita", concluiu.

Após as violências registradas no sábado, Trump expressou no Twitter suas "profundas condolências aos familiares e aos colegas oficiais do policial do Estado de VA que morreu hoje". "Condolências à família da jovem mulher que morreu hoje, e meus melhores desejos para todos aqueles que ficaram feridos em Charlottesville, Virginia. É muito triste!", acrescentou o presidente. Mas o fato de o presidente Donald Trump não ter criticado grupos da ultradireita de forma explícita provocou críticas, inclusive de membros do Partido Republicano.

Trump endureceu o discurso depois de ter sido criticado inclusive por integrantes do seu próprio partido por ter creditado a violência a "vários lados" presentes no local. Uma mulher de 32 anos morreu quando um automóvel atropelou uma multidão que protestava contra os atos dos extremistas de direita.

O atropelamento pode ser considerado terrorismo interno, disse nesta segunda-feira o procurador-geral Jeff Sessions. O ataque do veículo "entra na definição de terrorismo interno em nosso estatuto", afirmou Sessions no programa de televisão Good Morning America.

O Departamento de Justiça busca todos os argumentos para apresentar acusações, disse. "Podem ter a certeza de que vamos avançar na investigação até as acusações mais graves que podem ser apresentadas porque isto é inequivocamente um ataque inaceitável e maligno", declarou.

O FBI e procuradores federais abriram uma investigação de direitos civis sobre as circunstâncias que cercaram o incidente, que aconteceu pouco depois da polícia ter dispersado uma manifestação de supremacistas brancos e neonazistas, incluindo membros da Ku Klux Klan (KKK), que resultou em violentos confrontos com contra-manifestantes. O motorista, um homem de 20 anos de Ohio, que segundo a imprensa tem um passado de ligações neonazistas, foi detido e pode enfrentar acusações de assassinato em segundo grau.


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