Trump "escolheu um caminho de escuridão", diz Biden ao aceitar nomeação Democrata

Trump "escolheu um caminho de escuridão", diz Biden ao aceitar nomeação Democrata

Ex-vice de Obama afirmou que os americanos nestas eleições podem "escolher um caminho para ficar mais divididos ou para ter esperança e união"

AE e AFP

Candidato não poupou ataques a Trump

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O ex-vice-presidente dos Estados Unidos durante a gestão de Barack Obama, Joe Biden aceitou a nomeação do Partido Democrata para concorrer à Casa Branca fazendo uma grande distinção entre as ações do presidente Donald Trump para liderar o país. Ele demonstrou sua vontade de atacar de frente os principais problemas do país, como a pandemia do novo coronavírus, a partir do primeiro dia que estiver no comando do Salão Oval, caso seja eleito em 3 de novembro.

"O atual presidente dos EUA escolheu um caminho de escuridão. É tempo para que 'nós, o povo' fiquemos juntos. Aceito a nomeação para ser candidato a presidente dos EUA", disse Biden. "Esta campanha não é apenas conquistar votos, mas sim para lutar pela alma da Ameérica. Aqueles que vivem desigualdades, eles merecem a esperança do que é America."

Biden ressaltou que os americanos nestas eleições podem "escolher um caminho para ficar mais divididos ou para ter esperança e união." Segundo ele, "ciência, decência e democracia estão na cédula de votação." De acordo com o democrata, devido ao governo Trump "temos o pior desempenho do controle do coronavírus no mundo. Mais de 10 milhões de pessoas perderão planos de saúde neste ano. O atual presidente não assume responsabilidades e está ao lado de ditadores."

O ex-vice de Obama afirmou no discurso que é possível que o povo americano possa reconstruir o país, sobretudo com o controle do coronavírus. "Nunca teremos a economia funcionando enquanto não controlarmos o vírus. Se eu for eleito presidente, no primeiro dia no cargo vou adotar um plano para combater covid-19. Teremos um mandato nacional para usar máscaras no rosto", destacou Biden.

De acordo com o democrata, o presidente Donald Trump "fracassou" para proteger a América, "o que é imperdoável." Biden prometeu proteger o país, que segundo ele, "pode ser a luz do mundo". O candidato destacou que seu plano econômico visa criar empregos em vários setores produtivos, gerando dignidade e respeito em comunidades. "Vamos reconstruir os EUA com infraestrutura e 5 milhões de novos empregos em manufatura. Podemos e vamos combater mudanças climáticas."

Segundo Biden, "já passou o tempo de as grandes corporações darem a contribuição justa à sociedade." Ele também prometeu que vai proteger a previdência social nos EUA. Ele também agradeceu ter Kamala Harris como sua vice na chapa democrata que concorrerá ao governo do país em 3 de novembro. "Ninguém é mais duro para combater os bancos grandes e o lobby das armas do que Kamala."

O veterano político destacou no pronunciamento que os americanos precisam exercer o "mais básico direito" que é votar em 3 de novembro. "Estamos na batalha pela alma deste país. Esta batalha começa agora e vamos vencer juntos." De acordo com Biden, a América está pronta para combater o racismo sistêmico que já provocou muitas vitimas no país, como George Floyd, assassinado por uma ação policial no dia 25 de maio em Minneapolis.

Por fim, mostrou-se confiante no futuro dos EUA. "Se eu pudesse definir América em uma palavra seria: possibilidades", disse. "Vamos superar este período de escuridão. Só há um jeito de avançar: América unida para tornar nossos dias brilhantes."

Trump na Pensilvânia 

Trump seguiu a estratégia que manteve desde o início da convenção adversária, organizando um comício no mesmo dia da nomeação de Biden. Nesta quinta-feira, o republicano visitou Old Forge, na Pensilvânia, próximo à cidade natal de Biden, e alertou os eleitores locais que a eleição de um governo democrata seria "o caos" e "o pior pesadelo" para a nação.

"Somos o muro entre o sonho americano e a destruição", alertou Trump para um grupo de seguidores, que o receberam vestidos com o característico boné vermelho com o slogan "Make America Great Again" (Faça os Estados Unidos grandes novamente).

Durante toda a semana, Trump visitou diversas cidades em estados onde o resultado pode decidir a eleição para um lado ou para o outro, como Wisconsin, Arizona e Iowa. Coincidindo com a convenção democrata, a emissora conservadora FOX exibiu uma entrevista com Trump, na qual o atual presidente enfatizou as críticas ao voto por correio, que acredita ser um chamariz para fraudes na eleição.

Antigos rivais tomam a palavra

Na última noite da convenção, os democratas tentaram projetar uma imagem de união contra Trump, com o objetivo de deixar para trás as divisões que tomaram conta do partido em 2016, e deram a palavra a alguns dos rivais de Biden nas primárias democratas.

Para encerrar uma campanha em que um número recorde de democratas tentaram ganhar a indicação do partido, Bernie Sanders, Elizabeth Warren, Andrew Yang, Pete Buttigieg, Cory Booke, Beto O'Rourke e Amy Klobuchar apareceram juntos. "Todos nós, sejamos progressistas ou moderados, devemos estar unidos para derrotar este presidente", disso o senador Sanders, último adversário de Biden a desistir da candidatura, em abril.

A prisão de Steve Bannon - ex-conselheiro de Trump acusado de enganar cidadãos que doaram dinheiro para a construção de um muro na fronteira com o México -, ocorrida nesta quinta-feira, caiu como uma luva para os democratas.

Em comunicado, o Partido Democrata destacou que Bannon se soma à "longa lista" de assessores de Trump que foram processados, acusados e condenados por crimes. Trump rapidamente se esquivou e a Casa Branca afirmou que "não está envolvida" no projeto Bannon.

Quanto aos republicanos, sua convenção também não escapará do formato virtual e já está cercada de polêmica sobre o anúncio de Trump de que receberá a indicação na Casa Branca, quebrando a regra de separar suas atividades governamentais de sua campanha.


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