Trump marca reuniões para discutir "shutdown" e diz: "o muro está chegando"
Construção do muro na fronteira com México está no centro de um impasse orçamentário entre Donald Trump e o Congresso
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As negociações para acabar com o "shutdown", a paralisia parcial das administrações federais americanas que entra em sua terceira semana, pouco avançaram nesse sábado, mas vão continuar neste domingo, declarou o presidente Donald Trump.
O vice-presidente Mike Pence se reuniu no sábado com Chuck Schumer, o líder dos democratas no Senado - controlado pelos republicanos - e com a democrata Nancy Pelosi, eleita na quinta-feira presidente da Câmara de Representantes, onde os democratas são agora maioria. "O vice-presidente Mike Pence e sua equipe acabaram de deixar a Casa Branca. Eles me informaram de sua reunião com os representantes Schumer/Pelosi. Pouco progresso hoje. Uma segunda reunião está marcada para amanhã", anunciou Trump no Twitter.
V.P. Mike Pence and team just left the White House. Briefed me on their meeting with the Schumer/Pelosi representatives. Not much headway made today. Second meeting set for tomorrow. After so many decades, must finally and permanently fix the problems on the Southern Border! — Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 5 de janeiro de 2019
Em uma série de mensagens, Trump citou a uma pesquisa da Associated Press-NORC Center sobre imigração, alertou sobre a urgência de se chegar a um consenso e em tom ameaçador disse na última mensagem: "O muro está chegando". O tuíte é ilustrado por uma foto do presidente e um muro.
pic.twitter.com/iSFAokoIP7 — Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 6 de janeiro de 2019
A construção de um muro de 3.200 quilômetros ao longo da fronteira dos Estados Unidos com o México, desejada pelo presidente americano, está no centro de um impasse orçamentário entre Donald Trump e o Congresso, o que paralisa 25% das administrações federais desde dezembro. O presidente se recusa a assinar uma lei orçamentária se ela não incluir 5 bilhões de dólares para a construção do muro, o que os democratas recusam terminantemente.
Na sexta-feira, Donald Trump, que fez da luta contra a imigração ilegal um dos seus cavalos de batalha, defendeu mais uma vez o seu projeto, afirmando estar pronto para que esta paralisia parcial da administração federal dure vários meses, e até mesmo mais de um ano. Segundo ele, essa construção é uma questão de "segurança nacional". "Vamos amanhã de manhã a Camp David para reuniões sobre a segurança nas fronteiras e muitos outros assuntos com outras autoridades da Casa Branca", tuitou Trump.
Na ausência de um acordo, milhares de funcionários públicos foram forçados a deixar seus escritórios devido à falta de fundos. Assim, metade dos 800 mil funcionários do governo são forçados a trabalhar sem remuneração, enquanto a outra metade é forçada a tirar férias sem pagamento em razão desta paralisia.
Entre eles, agentes encarregados da segurança aérea para a Administração de Segurança dos Transporte, bem como agentes do FBI. Os museus, lotados de turistas, foram forçados a fechar, enquanto pilhas de lixo se acumulam nos parques nacionais. A construção deste muro foi uma promessa central da campanha presidencial de 2016 de Donald Trump.