Trump se recusa a dizer, no último debate, que respeitará resultado da eleição

Trump se recusa a dizer, no último debate, que respeitará resultado da eleição

Republicano iniciou retórica de que corrida eleitoral dos EUA está sendo manipulada a favor de Hillary

AFP

Republicano iniciou retórica de que corrida eleitoral dos EUA está sendo manipulada a favor de Hillary

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O candidato republicano Donald Trump não quis afirmar,  no debate desta quarta-feira em Las Vegas, se aceitará o resultado das eleições presidenciais de 8 de novembro nos Estados Unidos. Ele afirmou que estudará a questão quando chegar o momento. "Mas o que vi até agora é muito ruim", atacou  o postulante à Casa Branca, que insistiu em seus discursos, nos últimos dias, de que as eleições estão sendo "manipuladas" para garantir a vitória de sua oponente, a democrata Hillary Clinton.



Os candidatos começaram de forma seca e direta, sem aperto de mãos, seu terceiro e último debate presidencial. A democrata e o republicano se enfrentaram em um debate de 1h30min, moderado pelo jornalista Chris Wallace da Fox News, a menos de um mês das eleições de 8 de novembro. As últimas pesquisas colocam a ex-secretária de Estado com uma vantagem de pelo menos 6,5 pontos percentuais em relação ao magnata do setor imobiliário.

A questão da Suprema Corte abriu o encontro desta quarta, com uma Hillary confiante e um Trump relativamente mais moderado no início, expondo suas diferenças em relação aos juízes a serem escolhidos pelo futuro presidente para a mais alta instância do Poder Judiciário dos Estados Unidos. Trump buscou tranquilizar a base conservadora de seu partido, ressaltando que indicará juízes pró-vida (contrários ao aborto) e que se oponham a mais controles aos donos de armas. Nesse sentido, agradeceu à National Riffle Association (NRA) - o principal lobby de armas do país - pelo apoio à sua campanha.

Já Hillary criticou o atual Congresso de maioria republicana por impedir o presidente Barack Obama de tentar preencher o assento vazio na Suprema Corte. A democrata disse ainda que vai "defender o direito das mulheres de fazer suas próprias decisões de cuidado de saúde". "Eu não acho que o governo dos Estados Unidos deveria estar fazendo essa decisão", insistiu ela, acrescentando que "viemos tão longe para ter de recuar agora".

Essa eleição - afirmou a democrata - é sobre "o tipo de país que seremos", acrescentando que os direitos da comunidade gay e das mulheres não devem ser reduzidos. "Se vocês forem com o que a Hillary está dizendo, você pode pegar o bebê e tirar o bebê do útero da mãe pouco antes do nascimento do bebê", alertou o republicano. "Usar esse tipo de retórica do medo é apenas terrivelmente infeliz", rebateu Hillary. "Você deveria se encontrar com as mulheres com as quais eu me encontrei", afirmou.

Em outro momento do debate, o republicano acusou Hillary e sua equipe de criar e promover as denúncias sobre os episódios de assédio sexual de Trump às mulheres. "Acho que ela incitou essas pessoas a dar um passo adiante", disse Trump, apontando um dedo para Hillary, ao acusá-la de organizar "uma campanha suja" baseada em denúncias que são "mentiras".

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