Ucrânia afirma ter destruído um navio de guerra russo no Mar Negro

Ucrânia afirma ter destruído um navio de guerra russo no Mar Negro

Zelensky disse que ação é uma prova 'do que a Ucrânia é capaz'

AFP

Zelensky disse que ação é uma prova 'do que a Ucrânia é capaz'

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O Exército ucraniano assumiu, nesta terça-feira (5), a responsabilidade pela destruição de um navio-patrulha de guerra russo perto da península anexada da Crimeia, em um novo revés para Moscou nesta área estratégica do Mar Negro. A Marinha ucraniana garantiu que uma 'unidade especial' 'destruiu o mais moderno dos navios-patrulha russos, o Sergei Kotov', que foi atingido 'por drones marítimos Magura V5'.

O ataque ocorreu 'em águas territoriais ucranianas, perto do Estreito de Kerch', acrescentou a força naval. Segundo esta fonte, o navio-patrulha russo já havia sido 'gravemente danificado' em setembro, em um outro ataque de Kiev.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, comemorou a ação que, segundo ele, é uma prova 'do que a Ucrânia é capaz'. 'Não há refúgio para os terroristas russos no Mar Negro e nunca haverá. Tampouco haverá espaço seguro para eles no céu', acrescentou.

O serviço de inteligência divulgou nesta terça-feira um vídeo em preto e branco que supostamente mostra o momento do ataque noturno. As imagens mostram um drone naval se aproximando do Sergei Kotov, de 94 metros de comprimento, e depois uma explosão que provoca um grande clarão e lança destroços no ar. O Ministério da Defesa russo não fez comentários oficiais sobre o ataque, mas blogueiros militares de países próximos às Forças Armadas confirmaram o incidente.

'Símbolo de ocupação'

Em dois anos de guerra, as forças de Kiev conseguiram provocar o recuo da poderosa frota russa no Mar Negro com mísseis e drones navais e reabrir um corredor marítimo para exportar as suas vastas reservas de cereais.

De acordo com o Exército ucraniano, cerca de um terço dos navios militares russos na área estava 'inoperável' em fevereiro. 'A frota russa do Mar Negro é um símbolo de ocupação. Não pode ser encontrada na Crimeia ucraniana', disse o chefe do gabinete presidencial, Andriy Yermak, nesta terça-feira.

A Crimeia, uma península anexada por Moscou em 2014, é alvo regular dos ataques de Kiev por sua importância logística nas operações russas. O serviço de inteligência militar também executou nesta terça-feira um ataque com drones contra um depósito de petróleo no distrito de Gubkin, na região fronteiriça de Belgorod, disse uma fonte militar ucraniana à AFP

.Nas últimas semanas foram registrados vários ataques neste estilo contra infraestruturas petrolíferas em território russo. Em Kursk, região vizinha de Belgorod e também na fronteira com a Ucrânia, o governador local, Roman Starovoit, denunciou que um ataque ucraniano atingiu a estação de trem de Glushkovo. O ataque 'não causou feridos', disse Starovoit, mas gerou um incêndio e danificou as linhas de energia que deixaram a própria estação e a cidade vizinha de Kulbaki sem luz.

As forças aéreas ucranianas afirmaram nesta terça-feira que interceptaram 18 dos 22 drones lançados pela Rússia contra a região de Odessa, no sul, onde um ataque semelhante no sábado deixou 12 mortos.

'Salto estratégico'

No front, as tropas ucranianas continuam sofrendo com a falta de armas e munições para repelir a ofensiva russa, especialmente a oeste da cidade oriental de Avdiivka, tomada em fevereiro por Moscou após quatro meses de uma batalha violenta. O presidente francês, Emmanuel Macron, está em Praga para apoiar uma iniciativa tcheca de compra de munições não europeias para Kiev.

Macron apelou aos aliados da Ucrânia 'para não serem covardes' face a uma Rússia que 'se tornou imparável' e afirmou que pediu um 'salto estratégico' ao levantar a possibilidade de enviar tropas ocidentais para a Ucrânia. No entanto, garantiu que não quer uma 'escalada' com a Rússia.

A Comissão Europeia propôs financiar parte das compras de armas decididas em conjunto pelos 27 países do bloco, a fim de fortalecer as capacidades de defesa do continente contra a ameaça russa e reduzir a dependência dos Estados Unidos. O Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou que emitiu mandados de prisão contra um tenente-general das Forças Armadas russas e um almirante da Marinha russa por supostos crimes de guerra cometidos na Ucrânia. 'Qualquer comandante russo que ordene ataques contra civis ucranianos e infraestruturas cruciais deve saber que a justiça será feita', reagiu Zelensky na rede social X.


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