Ucrânia anuncia que derrubou drones em nova onda de ataques contra Kiev

Ucrânia anuncia que derrubou drones em nova onda de ataques contra Kiev

Presidente Volodimir Zelensky celebrou a eficácia das forças antiaéreas ucranianas

AFP

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O governo da Ucrânia afirmou nesta quarta-feira (14) que derrubou uma série de drones utilizados durante a madrugada pela Rússia em novos ataques contra as infraestruturas de energia de Kiev. O presidente Volodimir Zelensky celebrou a eficácia das forças antiaéreas ucranianas e afirmou que os 13 drones Shahed, de fabricação iraniana, usados nos ataques das forças russas foram abatidos.

"Os terroristas iniciaram esta manhã com 13 (drones) Shahed (...) De acordo com as primeiras informações, todos os 13 foram derrubados por nossos sistemas de defesa aérea", afirmou Zelensky. "Estou orgulhoso", acrescentou o chefe de Estado em um vídeo divulgado nas redes sociais.

Ao mesmo tempo, o Kremlin afirmou nesta quarta-feira que nenhuma trégua de Natal ou Ano Novo na Ucrânia está em discussão atualmente. "Nenhuma proposta foi recebida de ninguém e o assunto não está na agenda", respondeu o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, à imprensa depois de ser questionado sobre a possibilidade de uma pausa nos combates na Ucrânia.

Sete milhões de crianças

Zelensky, no entanto, advertiu os moradores da capital ucraniana, que vivem com o som das sirenes e os bombardeios desde o início da invasão em fevereiro, que permaneçam vigilantes.

Pedaços dos aparelhos abatidos caíram em edifícios administrativos e residenciais na zona oeste da cidade, segundo o comando militar de Kiev. "Não houve feridos", acrescentou. A polícia e equipes de emergência foram enviadas à região.

Desde outubro, após uma série de fracassos militares no conflito, as tropas russas executam bombardeios em larga escala com drones explosivos e mísseis.

O objetivo é destruir as infraestruturas de energia da Ucrânia e deixar milhões de pessoas no escuro, em um momento de frio intenso às vésperas do inverno (hemisfério norte).

Os bombardeios russos contra as infraestruturas de energia ucranianas representam riscos de desenvolvimento para "quase todas as crianças na Ucrânia", ou seja, quase sete milhões de menores de idade, alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"A situação do sistema de energia da Ucrânia continua difícil", insistiu a operadora nacional Ukrenergo. De acordo com a empresa, o leste é a região mais afetada porque os bombardeios são "quase diários".

"As obras de reparos são lentas devido ao perigo para a vida dos funcionários", acrescentou a operadora.

O ataque anterior de Moscou visando alvos do setor de energia ucraniano aconteceu em 5 de dezembro. Apesar da indignação internacional provocada pelos ataques, o presidente russo, Vladimir Putin, insistiu que os bombardeios prosseguirão.

Os ataques desta quarta-feira aconteceram um dia após uma conferência internacional de apoio à Ucrânia, celebrada em Paris.

As autoridades de Kiev receberam a promessa de doações de mais de um bilhão de euros para ajudar a população a enfrentar o inverno.

Tribunal especial

A Presidência ucraniana anunciou nesta quarta-feira que 64 soldados foram libertados, assim como um cidadão dos Estados Unidos, em uma nova troca de prisioneiros entre Kiev e Moscou.

A agência russa de notícias TASS informou que o americano Suedi Murekezi foi detido em junho em Donetsk, região leste da Ucrânia, e acusado de participar em protestos contra a Rússia e de estimular ódio étnico.

Na operação de troca também foram entregues quatro corpos, indicou o governo ucraniano.

Em um discurso durante a entrega oficial ao povo ucraniano do Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, atribuído pelo Parlamento Europeu, Zelensky voltou a defender a criação de um tribunal especial "o mais rápido possível" para julgar os crimes de guerra russos na Ucrânia.

No leste do país, na região de Donetsk, os combates de artilharia permanecem intensos, em particular na cidade de Bakhmut, praticamente destruída, e em Avdiivka, informou a Presidência ucraniana.

As autoridades de Kiev também informaram que as tropas russas foram expulsas da região de Kharkiv, que o exército ucraniano quase recuperou por completo em setembro, no que foi um dos grandes reveses militares de Moscou.

O Serviço de Segurança Ucraniano (SBU) anunciou operações de busca em igrejas e mosteiros ortodoxos pertencentes à igreja russa.

No início de dezembro, o presidente Zelensky anunciou que queria proibir as atividades de organizações religiosas afiliadas à Rússia.


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