Ucrânia celebra primeiro sucesso na ofensiva nas proximidades de Bakhmut

Ucrânia celebra primeiro sucesso na ofensiva nas proximidades de Bakhmut

Ofensiva pela cidade ocorre enquanto o presidente Volodimir Zelensky viaja pela Europa em busca de ajuda militar

AFP

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A Ucrânia afirma ter tido o "primeiro sucesso" em sua ofensiva ao redor na proximidades da cidade de Bakhmut, leste do país, contra as linhas de defesa russas. A ofensiva ocorre enquanto o presidente Volodimir Zelensky viaja pela Europa em busca de apoio. Ele chegou nesta sgeunda-feira a Londres para pedir mais ajuda militar.

Antes mesmo da chegada de Zelensky ao Reino Unido, Londres prometeu que fornecerá "nos próximos meses centenas" de mísseis antiaéreos e drones de ataque de longo alcance a Kiev.

Após meses de estagnação, a Ucrânia se prepara para tentar retomar o território conquistado pela Rússia, com o armazenamento das munições fornecidas pelo Ocidente e o reforço do apoio internacional.

Há vários dias, o exército ucraniano afirma que está avançando no norte e sul de Bakhmut (leste), cenário da batalha mais violenta desde o início da invasão russa. "O avanço de nossas tropas na zona de Bakhmut é o primeiro sucesso da ofensiva para defender a cidade, que os russos tentam tomar desde meados do ano passado", afirmou o comandante das tropas terrestres ucranianas, Oleksandr Sirski.

No domingo, as autoridades ucranianas afirmaram ter retomado "mais de 10 posições inimigas ao norte e ao sul da periferia de Bakhmut". Dois dias antes, Kiev afirmou ter recuperado dois quilômetros na mesma área.

A Rússia respondeu que também está avançando na localidade, que tenta conquistar desde agosto do ano passado. Os analistas questionam o interesse estratégico da cidade para os russos, mas a conquista de Bakhmut permitiria ao Kremlin reivindicar uma vitória após vários meses de derrotas.

Na frente de batalha, o grupo paramilitar Wagner é apoiado pelo exército russo, mas o fundador da milícia, o empresário Yevgueni Prigozhin, acusou em diversas oportunidades o comando militar de não enviar munições suficientes para seus soldados. Na semana passada, ele chegou a acusar alguns soldados russos de "fugir" de suas posições e afirmou que as defesas estavam em "colapso".

Porém, o ministério russo da Defesa, muito criticado por Prigozhin, reiterou no domingo que "impediu todos os ataques ao norte e ao sul" de Bakhmut, rebatendo as alegações de Kiev.

Em um raro anúncio de baixas no campo de batalha, o ministério informou as mortes de dois comandantes militares. Nesta segunda-feira, um bombardeio russo que atingiu um hospital matou quatro pessoas em Avdiivka, leste da Ucrânia, anunciou o governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko.

Zelensky visita o "amigo" Sunak

O presidente Volodimir Zelensky está em uma viagem pela Europa, com o objetivo de pedir mais armas e equipamentos militares para suas tropas. Nesta segunda-feira, ele se reuniu em Chequers, a residência de campo dos primeiros-ministros britânicos (65 km ao noroeste de Londres) com o primeiro-ministro Rishi Sunak, a quem chamou de "amigo" em uma mensagem no Twitter.

No início da reunião, Zelensky agradeceu ao Reino Unido pelo apoio à Ucrânia desde a invasão russa de fevereiro de 2022. "Estamos agradecidos de todo coração. Em nome dos ucranianos, em nome dos nossos soldados, obrigado", disse.

Na semana passada, o Reino Unido anunciou que fornecerá mísseis Storm Shadow, com alcance de 250 km, o tipo de armamento que a Ucrânia solicita há vários meses para ter condições de atacar alvos russos longe da linha de combate.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que as armas não terão maior impacto no conflito, mas "provocarão ainda mais destruição".

No domingo, durante uma visita de Zelensky a Paris, a França se comprometeu a fornecer dezenas de tanques leves e veículos blindados adicionais à Ucrânia. Zelensky fez uma escala na França depois de visitar a Itália, onde se reuniu com o papa Francisco e com a primeira-ministra Giorgia Meloni. Também viajou à Alemanha.

Em Berlim, o governo alemão anunciou um pacote de ajuda militar à Ucrânia de 2,7 bilhões de euros (2,9 bilhões de dólares, 14,2 bilhões de reais), que inclui dezenas de tanques, veículos blindados, drones de vigilância e quatro novos sistemas de defesa antiaérea Iris-T.

O emissário chinês Li Hui, representante especial do governo de Pequim para questões da Europa e Ásia e encarregado de discutir uma solução para a guerra na Ucrânia, visitará Kiev na terça-feira e quarta-feira, informou uma fonte do governo ucraniano à AFP. Ele também visitará Polônia, França, Alemanha e Rússia, de acordo com Pequim.

 


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