Ucrânia proíbe vacinas da Rússia por apoio a separatistas no leste do país

Ucrânia proíbe vacinas da Rússia por apoio a separatistas no leste do país

Resolução o governo proíbe imunizantes desenvolvidos ou produzidos no vizinho "agressor", acusado de usá-los como arma geopolítica

Correio do Povo e AFP

publicidade

O governo da Ucrânia proibiu a aprovação das vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas ou produzidas na Rússia, segundo uma decisão publicada nesta quarta-feira. Os políticos pró-Rússia apostam no uso da Sputnik V no país, uma vez que ainda não possui nenhum imunizante. Contudo, as autoridades rejeitaram a ideia, ao considerar que Moscou, que apoia a rebelão armada do leste do país, usa suas vacinas como uma arma geopolítica.

"A homologação das vacinas" contra a Covid-19 "desenvolvidas ou produzidas no país agressor [...] está proibida", diz a resolução do governo, adotada na segunda-feira mas publicada dois dias depois. A Ucrânia luta contra os separatistas apoiados pela Rússia nas regiões de Donetsk e Lugansk desde 2014, após a anexação da península da Crimeia por Moscou.

A proibição das vacinas russas veio apesar das críticas ao presidente Volodymyr Zelensky por não ter fornecido vacinas de fabricação ocidental. Ele disse esta semana que a Ucrânia, um dos países mais pobres da Europa, iniciará a primeira fase da campanha de vacinação ainda este mês. O país está aguardando a entrega de oito milhões de doses prometidas pelo programa Covax das Nações Unidas e até cinco milhões de doses da chinesa Coronavac. Também garantiu 12 milhões de doses de vacinas desenvolvidas pela AstraZeneca e Novavax.

Na quarta-feira, a Ucrânia disse que lançou uma investigação sobre a compra de vacinas contra o coronavírus pelo país, destacando a luta do país para acabar com o enxerto sistêmico. Enquanto isso, a Sputnik V foi lançad nas regiões separatistas no leste. Desde o início da pandemia, a Ucrânia, com cerca de 40 milhões de habitantes, registrou mais de 1,2 milhão de casos de coronavírus e mais de 24 mil mortes.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895