UE classifica bombardeio em maternidade na Ucrânia como "crime de guerra odioso"

UE classifica bombardeio em maternidade na Ucrânia como "crime de guerra odioso"

Ataque deixou três mortos, entre eles uma menina

AFP

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O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, classificou, nesta quinta-feira, como um "crime de guerra odioso" o bombardeio russo de um prédio que abriga uma maternidade e um hospital pediátrico em Mariupol, sudeste da Ucrânia. O ataque deixou três mortos, entre eles uma menina. "Mariupol está sitiada. O bombardeio pela Rússia de um hospital que contém uma maternidade é um crime de guerra odioso" reagiu ele no Twitter.

"Os ataques aéreos contra os bairros residenciais e o bloqueio aos comboios de ajuda (em direção à cidade) pelas forças russas devem acabar imediatamente, acrescentou Borrell, recordando a "necessidade" de se organizar "imediatamente" corredores humanitários.

O bombardeio de quarta contra um estabelecimento médico que abriga um hospital pediátrico e uma maternidade também deixou 17 feridos, informa a prefeitura desta cidade portuária refém do Exército russo e das forças separatistas pró-russas do Donbass ucraniano.

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, justificou esse bombardeio, alegando que o local servia de base para um batalhão nacionalista ucraniano. "Essa maternidade foi controlada há muito tempo pelo batalhão de Azov e por outros radicais, e todas as mulheres em trabalho de parto, todas os enfermeiros e pessoal de apoio foram expulsos", informou Lavrov, após reunião com seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, na Turquia.

Na quarta, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, qualificou este bombardeio como "crime de guerra", considerando-o como "a prova de que um genocídio de ucranianos (está) prestes a acontecer".

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, também classificou o ataque como um "crime de guerra". Afirmou ainda que Madri, em coro com os países da União Europeia, apoiou a investigação no Tribunal Penal Internacional (TPI), "para que esses atos criminosos não fiquem impunes".

O procurador do TPI, Karim Khan, já havia anunciado, em 2 de março,"a abertura imediata" de uma investigação sobre a situação na Ucrânia e sobre os possíveis crimes de guerra, após receber o aval de 39 Estados-membros desta corte.

Washington também reagiu, denunciando o uso "bárbaro" da força contra os civis em Mariupol, enquanto o porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, disse se tratar de ataques "desumanos e covardes" e de uma ação "inqualificável".

 


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