União Europeia faz apelo contra intervenção militar e por eleições livres na Venezuela

União Europeia faz apelo contra intervenção militar e por eleições livres na Venezuela

Maja Kocijancic deu em entrevista coletiva realizada pouco antes do encontro do Grupo de Lima, em Bogotá

Correio do Povo

Este é o terceiro ajuste do ano

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A Comissão Europeia, órgão "executivo" da União Europeia (UE), reiterou nesta segunda-feira seu chamado para que se evite uma intervenção militar na Venezuela e seu compromisso com uma saída "pacífica, política e democrática" para a crise. "Estabelecemos a posição da UE neste contexto de forma muito clara: devemos evitar a intervenção militar", afirmou a porta-voz de Política Externa e de Segurança/Política Europeia de Vizinhança e Negociações de Alargamento, Maja Kocijancic,em entrevista coletiva realizada pouco antes do encontro do Grupo de Lima, em Bogotá, na Colômbia, que discutirá os próximos passos para lidar com a situação no país.

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Ela relembrou o comunicado divulgado no domingo pela Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini, que lamentou a intimidação daqueles que tentaram fazer passar a ajuda externa para a Venezuela. "Do nosso ponto de vista, é muito claro que precisamos de uma solução pacífica, democrática e venezuelana para essa crise. Isso obviamente exclui o uso da força", enfatizou. Ainda ressaltou que o bloco europeu "quer ver uma eleição presidencial livre, transparente e confiável, de acordo com a Constituição venezuelana".

Maja considerou que o regime de Nicolás Maduro "perdeu a legitimidade necessária" e, portanto, devemos celebrar "eleições baseadas em padrões internacionais". "Isso é algo", lembrou, "que Mogherini e todos os ministros com quem conversamos sobre a Venezuela" repetiram várias vezes. Na verdade, apontou que nos últimos três Conselhos dos Ministros de Relações Exteriores da UE essa posição "tem sido muito clara". Ela ainda disse que o Grupo de Contato Internacional (GCI) que a UE promoveu com países europeus e latino-americanos trabalha precisamente para criar condições para que estas eleições sejam realizadas, defendendo que trabalha para a entrega de ajuda humanitária de acordo com "os princípios da humanidade: neutralidade, imparcialidade, independência".

Missão técnica "falou com todos"

Sobre a missão do Grupo de Contato que visitou Caracas na quarta e quinta-feira da semana passada, Maja disse que puderam "falar com todas as partes interessadas", incluindo representantes do espectro político, mas também a sociedade civil e agências da ONU. "Eles falaram das etapas necessárias para a solução da crise, para eleições e assistência humanitária, respeitando os princípios dessa assistência humanitária", afirmou. A porta-voz também anunciou que uma reunião de altos funcionários será realizada em 28 de fevereiro, em Bruxelas, para preparar a próxima reunião ministerial do GCI, em data ainda não especificada.

O líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por cerca de 50 países, e o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, se encontram nesta segunda-feira com o Grupo de Lima, formado em 2017 para definir suas ações para forçar a saída de Maduro do poder, o que poderia incluir o uso da força. Guaidó pediu para "deixar em aberto todas as opções" depois da operação de fim de semana que buscava levar assistência básica aos venezuelanos atingidos pela escassez de alimentos e remédios. O secretário americano Mike Pompeo advertiu no domingo que os dias do ditador "estão contados".


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