Vaticano expressa "profundo respeito" pela justiça australiana depois de condenação de cardeal

Vaticano expressa "profundo respeito" pela justiça australiana depois de condenação de cardeal

Santa Sé manifestou que George Pell, ex-número três da Igreja Católica, tem o direito de se defender até o último grau

Correio do Povo e AFP

Caso de 1990 envolvendo cardeal foi proibido de ser noticiado até esta terça-feira

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O Vaticano expressou nesta terça-feira seu "profundo respeito" pela justiça australiana depois da condenação do cardeal George Pell, ex-número três da Igreja Católica, por abusos sexuais contra menores. "É uma notícia dolorosa que, estamos cientes, chocou muitas pessoas, não só na Austrália. Como fizemos antes, reafirmamos nosso profundo respeito pelas autoridades judiciais australianas", disse a Santa Sé em um comunicado lido por seu porta-voz Alessandro Gisotti. Ele também afirmou que, "em nome deste respeito, agora esperamos o resultado do processo de apelação, lembrando que o Cardeal Pell reafirmou sua inocência e tem o direito de se defender até o último grau". 

Para garantir o curso da justiça, Gisotti comentou que o Santo Padre confirmou as medidas cautelares já dispostas contra o homem: proibição de um ministério público no ano de precaução e, como de costume, do contato de qualquer maneira ou forma com menors de idade. O porta-voz também anunciou sublinhou que "a Santa Sé une as declarações do Presidente da Conferência Episcopal Australiana para tomar nota da decisão de primeira instância" contra o religioso. "Esperando o julgamento final, nos unimos aos bispos australianos em oração por todas as vítimas de abuso, reafirmando nosso compromisso de fazer todo o possível para que a Igreja seja um lar seguro para todos, especialmente para as crianças e os mais vulneráveis", completou.

O cardeal de 77 anos, tesoureiro do Vaticano, foi declarado culpado de crimes sexuais contra menores na Austrália, tornando-se o mais alto dignatário da Igreja católica condenado em um caso de pedofilia. Pell foi declarado culpado em um julgamento em dezembro por agressão sexual e outras quatro acusações de atentado ao pudor contra dois coroinhas de 12 e 13 anos na sacristia da Catedral de São Patrício em Melbourne nos anos 1990. Contudo, o tribunal proibiu até esta terça-feira que os meios de comunicação informassem sobre o caso.


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