Venezuela faz operação para retomar controle de prisão comandada pelo crime

Venezuela faz operação para retomar controle de prisão comandada pelo crime

Penitenciária tinha um campo de beisebol, um zoológico, uma piscina e até uma discoteca de luxo

AFP

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Mais de 11.000 militares e policiais da Venezuela tomaram, na madrugada desta quarta-feira (20), a prisão de Tocorón, centro de operações do grupo Trem de Aragua, que opera em diversos países da América Latina.

Com esta operação, o centro penitenciário Tocorón (Aragua, norte) "passará por um processo de reestruturação e será desocupado por completo", assinalou Caracas em um comunicado.

"Está totalmente tomada esta penitenciária e a infraestrutura foi totalmente liberada", disse o general Remigio Ceballos, ministro de Interior e Justiça, em declarações transmitidas pela televisão estatal VTV.

Durante a ação, as autoridades informaram que um centro de "conspiração e crime" da rede criminosa internacional Trem de Aragua foi desmantelado.

A penitenciária, onde foram construídos um campo de beisebol, um zoológico, uma piscina e até uma discoteca de luxo, além de uma espécie de cidadela, era controlada com total impunidade por esta organização criminosa.

Vídeos que circularam nas redes sociais mostram a presença de mulheres e crianças no interior da prisão.

O governo também anunciou em nota a execução de uma "segunda fase" da operação para "busca e captura" de "delinquentes fugitivos", sem detalhar o número de presos que escaparam durante a operação das forças de segurança.

Em um ato oficial, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comemorou "o grande sucesso do dia de hoje na luta contra as gangues criminosas".

Segundo uma investigação da jornalista especializada no Trem de Aragua, Roanna Rísquez, o grupo conta com 5.000 integrantes na América do Sul.

Em entrevista à AFP, a jornalista assinalou que a operação foi realizada por pressão de países como Colômbia, Chile e Peru, "que denunciaram a presença de um grupo armado como o Trem de Aragua operando em seus territórios de maneira impune".

Foi a partir desses países que se identificou que esta quadrilha comandava suas operações de dentro da prisão de Tocorón, por isso esses governos pressionaram a Venezuela para que tomasse medidas, acrescentou Rísquez.

O Trem de Aragua surgiu em 2014, realizando atividades mafiosas "clássicas" como sequestros, roubos, tráfico de drogas, prostituição e extorsão. Contudo, expandiram mais tarde sua atuação para a exploração ilegal de ouro.

 


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