Venezuela reage a carta de Serra contra país assumir o Mercosul

Venezuela reage a carta de Serra contra país assumir o Mercosul

Ordem alfabética determinaria que governo bolivariano fosse alçado ao posto com saída do Uruguai

Agência Brasil

Ordem alfabética determinaria que governo bolivariano fosse alçado ao posto com saída do Uruguai

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A Venezuela reagiu nesta terça-feira a um comunicado do ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, sobre a presidência pro tempore do Mercosul. A questão é motivo de impasse desde a última sexta-feira, quando o Uruguai deu por encerrrada sua gestão sem transferir oficialmente o comando do bloco para o país governado por Nicolás Maduro.

Serra enviou uma carta aos chanceleres dos países do grupo em que critica a saída do Uruguai e diz não reconhecer a Venezuela na presidência. Segundo o ministro, o governo brasileiro “entende que se encontra vaga” a presidência do bloco regional. Para Serra, a decisão sobre o comando do Mercosul deveria ter sido postergada até que os integrantes do bloco resolvessem o impasse sobre a sucessão que, segundo ele, não pode caber à Venezuela porque o país bolivariano não cumpriu requisitos e normas internas para tal.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, o governo de Maduro informou que “reafirma o seu compromisso com os trabalhadores” apesar das “manobras que precederam a chegada da Venezuela à presidência”. A presidência pro tempore do Mercosul é trocada a cada seis meses, e os países se revezam seguindo a ordem alfabética. Desde a última sexta, quando o Uruguai deixou o posto, a Venezuela reivindica a vaga.

Para o Uruguai, não há argumentos jurídicos que impeçam a transferência da presidência temporária do bloco para a Venezuela, mas Argentina, Brasil e Paraguai se opõem por causa da situação política do país de Maduro. Em meados de julho, a Cúpula de Presidentes do Mercosul, onde ocorreria a transferência, foi cancelada. Reuniões do conselho do bloco para discutir o impasse também foram convocadas e suspensas por falta de consenso.

Na correspondência aos chanceleres, Serra criticou a “decisão unilateral” do Uruguai de dar por encerrado seu mandato no bloco. Segundo ele, a iniciativa “gera incerteza e impõe a necessidade de adoção de medidas pragmáticas para permitir o funcionamento do Mercosul”.

Serra manifestou apoio à solução proposta pela Argentina, de adotar um “mecanismo transitório de coordenação coletiva”. Já a Venezuela, que classifica a questão como encerrada, denuncia no comunicado o que chama de “maquinações de extrema direita do sul do continente”. Para os venezuelanos, Argentina, Brasil e Paraguai “vêm atuando de maneira sorrateira por meio de maneiras legalistas para tentar impedir o que lhe pertence de direito”.


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