Yukio Edano é batizado de "Jack Bauer" japonês por esforços após terremoto

Yukio Edano é batizado de "Jack Bauer" japonês por esforços após terremoto

Braço direito do premier Naoto Kan passou 72 horas sem dormir mantendo o país coeso e informado

Correio do Povo

Yukio Edano é batizado de Jack Bauer japonês por esforços após terremoto

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Em meio às inúmeras notícias do desastre provocado pelo terremoto de magnitude 9 no Japão, um nome tem sido frequente entre as fontes citadas: Yukio Edano. Ele é o chefe de gabinete e braço direito do primeiro ministro Naoto Kan e já está sendo considerado "herói" pelos japoneses, que já se preocupam que ele pode ter um colapso, por ter passado 72 horas sem dormir desde a sexta-feira.

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Enquanto Kan aparecia a todo momento na TV, Edano era a fonte mais citada em jornais e na internet. Ele participou tanto das reuniões sobre resgate de vítimas, passando pela recuperação estrutural até a crise nuclear, fator que mais assusta o Japão e o mundo. E a todo momento surgia em algum veículo do mundo explicando que ações o governo japonês está tomando para contornar os obstáculos impostos pelo abalo e o tsunami subsequente.

No Twitter e em blogs, internautas já até apelidaram Edano de "Jack Bauer" japonês, conforme o jornal inglês Daily Telegraph. A citação se refere ao incansável agente da série de TV que combate o terrorismo e corre contra o tempo, sem um momento de repouso. Talvez mais apropriado para o local seria invocar um Ultraman, super-herói gigante que na década de 1970 enfrentou muitas emergências nucleares e monstros gigantes em Tóquio.

O serviço de microblogs, por sinal, foi invadido por pedidos de "Vá dormir Edano", ou "vamos twittar e fazer ele ir dormir". As manifestações também servem de crítica ao primeiro ministro, a quem muitos avaliam que ficou letárgico e sem ação nos primeiros momentos e que teria que "acordar" para dar um descanso para o seu Jack Bauer nipônico.

Apesar dos esforços de Edano, que finalmente foi descansar para valer, nesta quarta-feira, conforme o governo japonês, a crise nuclear e a falta de alimentos e transporte nas áreas atingidas segue castigando o país. A usina nuclear de Fukushima tem sido a ameaça mais séria. Os tremores danificaram a infraestrutura e interromperam a refrigeração dos reatores, causando explosões e incêndios nas unidades 1, 2, 3 e 4. Nesta quarta, a planta foi evacuada por excesso de radiação até mesmo para os funcionários com roupas especiais.

O maior aglomerado humano do país, Tóquio, foi poupado dos tremores mais fortes, mas as regiões mais castigadas Sendai, Miyagi e Fukushima registram milhares de mortes. De acordo com a agência Kyodo News, a Polícia Nacional do Japão contabiliza 3.676 mortos e 7.558 com registros oficiais de desaparecimento.

O número de vítimas, contudo, pode superar 10 mil, já que apenas agora começam os trabalhos com máquinas para encontrar corpos nas áreas de tsunami. Os mais de 80 mil servidores das forças de resgate, muitos voluntários, aguardavam o fim dos alertas de novos maremotos.


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