Zelaya volta a Honduras depois de quase dois anos de exílio
Ex-presidente afirmou que seu retorno é um grande momento para a América Latina<br /><br />
publicidade
O ex-presidente chegou com um grande capital político, com o qual pretende recuperar o poder, em um país pobre que se prepara para retornar à Organização de Estados Americanos (OEA) na próxima quarta-feira. A medida é um passo-chave para que possa receber novamente empréstimos e ajuda externa.
O presidente direitista hondurenho Porfírio Logo, com quem Zelaya assinou um acordo de reconciliação na Colômbia no domingo passado, o receberá na Casa de Governo, junto ao secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, e à chanceler colombiana, María ngela Holguín.
Zelaya fala em luta pela democracia
Antes de deixar a Nicarágua, Zelaya disse que seu retorno a Honduras é produto de grandes esforços de mediação e significa um grande momento para a vitória dos processos institucionais da América Latina. Em declarações à imprensa, ele destacou a luta do povo hondurenho pela democracia e disse considerar sua volta “um grande passo” neste sentido, já que “é o próprio povo que está no processo de reconciliação”.
Zelaya ressaltou ainda que a restituição de seus direitos, assim como também a disposição para o diálogo e a diplomacia demostrada por todas as autoridades envolvidas no conflito, “são os caminhos seguros da humanidade”. Para ele, isso demonstra “como será a formação do cidadão do século 21”. “Este é um esforço de todos os países da América e espero que tais acordos se deem de maneira pacífica para a defesa da democracia”, acrescentou.
Em um ato em sua homenagem no Aeroporto de Manágua, Zelaya mencionou as ações internacionais em diferentes foros por seu regresso a Honduras e agradeceu aos presidentes da Nicarágua, Daniel Ortega, e de República Dominicana, Leonel Fernández, país donde ficou exilado por 17 meses. Ele agradeceu também a participação dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Colômbia, Juan Manuel Santos, do Equador, Rafael Correa, e da Bolívia, Evo Morales.
O ex-presidente também saudou o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, e a colombiana Piedad Córdoba, ativista dos direitos humanos, que o acompanham na viagem de volta a Honduras. Zelaya chegou à Nicarágua proveniente da República Dominicana, onde, nesta sexta-feira, sua família agradeceu ao presidente Leonel Fernández, pela “valente” decisão de acolhê-lo em seu país; ao que Fernández repondeu: foi “uma honra”.
Também ontem, em Honduras, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, afirmou que, com o regresso do ex-presidente, começará o processo de reconstrução e reconciliação no país centro-americano.
“Desejamos um caminho de reconciliação, de reconstrução de um país sólido e democrático, como sonham todos os hondurenhos. Tenho esperança de que na quarta-feira (1º de junho, quando se reúnem os chanceleres da OEA) as coisas terminem como quero que terminem, que se supere o período difícil e Honduras retorne a sua s funções dentro da organização”, acrescentou.