Zelensky e Putin na linha de frente com suas tropas na Ucrânia

Zelensky e Putin na linha de frente com suas tropas na Ucrânia

Os dois países divulgaram fotos com seus governantes ao lado de generais e soldados

AFP

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O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, e o presidente russo  Vladimir Putin foram registrados no "front" de guerra.

Zelensky visitou nesta terça-feira ,18, um dos pontos mais quentes do front oriental, área parcialmente destruída de Avdiivka (região de Donetsk), cidade bombardeada há meses pelo exército russo.  Ele condecorou soldados e pousou para fotos.  "Tenho a honra de estar aqui hoje, agradecer pelo vosso serviço, pela defesa da nossa terra", disse aos militares, segundo a Presidência. Ele também visitou um hospital militar na mesma região.

Já Putin, cujos deslocamentos públicos são excepcionais e sob forte esquema de segurança, fez uma visita surpresa às áreas ucranianas ocupadas por Moscou. "É importante ouvir a opinião deles sobre a situação, ouvi-los, trocar informações", declarou Putin em suas reuniões, segundo um vídeo divulgado pelo Kremlin. O Kremlin especificou que esse deslocamento "rotineiro" ocorreu na segunda-feira nas regiões ucranianas de Kherson (sul) e Luhansk (leste), cuja anexação Moscou reivindica.

O assessor da Presidência ucraniana, Mikhailo Podoliak, descreveu essa visita como uma "'viagem especial' do autor de assassinatos em massa nos territórios ocupados". É a segunda vez que Putin visita a zona de conflito desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. A primeira vez, em março, foi a Mariupol (sudeste), cidade portuária sitiada há meses e tomada pelas forças russas em maio de 2022.

Próxima ofensiva

Por questões de segurança, Putin não estava acompanhado de seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, nem do chefe de operações militares e do Estado-Maior, general Valeri Gerasimov. O governante se reuniu com o comandante das forças aerotransportadas russas, general Mikhail Teplinskiy, e outros altos oficiais militares para discutir a situação nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia.

Segundo analistas, essas áreas podem ser palco de uma contraofensiva ucraniana na primavera (no hemisfério norte, outono no Brasil), para tentar reconquistar territórios. São áreas estratégicas, que compõem uma continuidade terrestre entre a Rússia e a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

A Rússia sofreu grandes reveses militares no ano passado. Inicialmente teve que desistir de tomar Kiev e o norte da Ucrânia e depois foi forçada a se retirar da região de Kharkiv (nordeste) e Kherson, capital da região homônima.

Em ruínas

Atualmente, os combates mais ferozes ocorrem em Bakhmut (leste), onde a batalha mais longa e sangrenta está sendo travada desde o início da invasão. Após cerca de nove meses de confrontos, os dois terços desta cidade estão nas mãos dos russos.

A poucos quilômetros a oeste de Bakhmut, jornalistas da AFP conversaram com esquadrões antibomba ucranianos que limpavam os explosivos no caminho para a cidade. "A cidade está em ruínas. Quase não restam casas de pé", disse um deles, Denys.

As forças ucranianas, que recentemente receberam tanques pesados e canhões de longo alcance de seus aliados ocidentais, prometem há semanas lançar uma nova contraofensiva quando as condições climáticas permitirem.  A Ucrânia afirma ter formado brigadas de assalto e armazenado munições com esse objetivo.

Embora Kiev não tenha divulgado números, o chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, na linha de frente, alertou que Moscou deve se preparar para enfrentar uma força ucraniana de 200.000 a 400.000 homens.

No nível diplomático, a Rússia, sob sanções ocidentais, continua seus esforços para mostrar que não está isolada. O ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, declarou em Moscou nesta terça-feira sua "firme determinação" de fortalecer a cooperação com os militares russos, alimentando os temores ocidentais de que Pequim entregaria armas à Rússia.

O Brasil na Guerra

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu nesta semana o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, para promover a mediação internacional.

No sábado, um dia após o encontro em Pequim com o presidente chinês, Xi Jinping, Lula afirmou que "os Estados Unidos devem parar de incentivar a guerra e começar a falar em paz, a União Europeia deve começar a falar em paz".

Washington acusou Lula na segunda-feira de repetir a propaganda russa e chinesa "como um papagaio". As autoridades ucranianas, por sua vez, convidaram-no a visitar Kiev para que "entenda" a realidade da agressão russa. 

 

 

 

 


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