Onda de ciberataques atinge várias multinacionais na Ucrânia e na Rússia

Onda de ciberataques atinge várias multinacionais na Ucrânia e na Rússia

Ataques estão se espalhando pelo mundo e já atingiram empresas dinamarquesas

AFP

Onda de ciberataques atinge várias multinacionais na Ucrânia e na Rússia

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Uma onda de ataques cibernéticos, semelhante à lançada com o vírus WannaCry, atingia nesta terça-feira grandes empresas e estruturas governamentais na Ucrânia e na Rússia e já se espalha pelo mundo. Depois de abalar alvos ucranianos e o grupo petrolífero russo Rosneft, o ataque afetava a companhia de transporte marítimo dinamarquesa Maersk, a gigante de publicidade britânica WPP e o fabricante francês Saint-Gobain.

De acordo com essas três empresas, seus sistemas informáticos tiveram de ser protegidos para evitar possível perda de dados. O vírus "está se espalhando ao redor do mundo, muitos países são afetados", advertiu no Twitter o pesquisador Costin Raiu, do laboratório russo Kaspersky. Ainda não foi estabelecida formalmente uma ligação entre os diferentes ataques, que teriam sido simultâneos.



De acordo com informações de várias empresas, o vírus faz aparecer na tela dos aparelhos afetados um pedido de US$ 300 de resgate. Vários especialistas em segurança cibernética identificaram o vírus como "Petrwrap", uma versão modificada do "ransonware" Petya.

Devido a este ataque, os passageiros do metrô de Kiev não podiam pagar suas passagens com cartão de crédito, os painéis do aeroporto de Kiev não funcionavam, e os bancos ucranianos precisaram paralisar alguns dos serviços oferecidos a seus clientes.

A companhia petrolífera russa Rosneft declarou ser vítima de um "poderoso ataque cibernético", ressaltando que a produção de petróleo não havia sido interrompida. A companhia siderúrgica Evraz também sofreu um ataque, confirmou um porta-voz à agência de notícias Ria-Novosti. De acordo com a sociedade especializada em cibersegurança Group-IB, "cerca de 80 empresas foram atingidas" na Rússia e na Ucrânia. Entre elas, Mars, Nivea, Auchan e estruturas do governo ucraniano.

Em 12 de maio, um outro "ransonware", "Wannacry", afetou milhares de computadores em todo o mundo, paralisando o serviço de saúde britânico e a montadora francesa Renault. Seus autores exigiam um resgate para desbloquear os dispositivos eletrônicos contaminados.

A companhia americana de antivírus Symantec apontou o grupo de hackers Lazarus como suspeito de ter ligações com a Coreia do Norte. Pyongyang negou qualquer ligação com esse ataque em massa.

Voos atrasados

Em um comunicado, o banco central da Ucrânia informou "ter relatado aos bancos e a outros agentes do mercado financeiro um ataque informático externo hoje contra os sites dos bancos ucranianos e empresas públicas e comerciais". Após esses ataques, "os bancos enfrentam dificuldades para restabelecer seus serviços para os clientes", indicou o Banco Nacional da Ucrânia (NBU). Oschadbank indicou, em nota, "ser forçado a recorrer a serviços limitados para os seus clientes".

O site do governo ucraniano também experimentava dificuldades na parte da tarde. Em sua página no Facebook, o metrô de Kiev informou não ser capaz de aceitar pagamentos com cartão de crédito por causa de um "ataque cibernético". O site oficial e, com exceção de um, os painéis do aeroporto Borispol de Kiev "não funcionam mais", declarou a direção do aeroporto em sua página no Facebook, acrescentando que, por essa razão, os voos podem sofrer atrasos.

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