Ápice de golpe no Banrisul ocorreu em 2014 e 2015, diz delegado
Quadrilha desviou mais de R$ 7 milhões do Banrisul, apontou investigações
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A facilidade de obtenção do dinheiro do banco, esclareceu o delegado, ocorria através da “inobservância das regras para contratação e captação de garantias”, não sendo respeitadas as habituais exigências para abertura das contas. Documentos falsos eram utilizados, “Não havia qualquer controle”, sintetizou.
A descoberta do golpe coube à Delegacia Fazendária (Defaz) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com apoio do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos da Polícia Civil e foi deflagrada na manhã desta terça-feira. Quase 300 agentes cumpriram 212 mandados judiciais, sendo 64 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de prisão temporária, 120 ordens de bloqueios e sequestro de bens em Porto Alegre, Alvorada, Cachoeirinha, Caçapava do Sul, Canoas, Capivari do Sul, Cidreira, Imbé, São Leopoldo, Palmares do Sul, Santa Cruz do Sul e Viamão. Houve 28 prisões, incluindo um gerente e um funcionário que trabalhavam no Banrisul. Um total de 17 veículos de luxo foram apreendidos, além de duas armas, joias, dinheiro e vasta documentação.
Entre os presos estão também empresários e “laranjas”, ou seja, pessoas humildes que emprestam seus nomes para os golpistas que montaram 15 empresas fantasmas e de fachadas. “Com apoio de servidores do Banrisul, eles faziam empréstimos que depois eram pulverizados nas suas contas e repartido entre todos. Depois aparecia a inadimplência desses empréstimos, sendo roladas as dívidas sem o pagamento”, explicou o delegado Daniel Mendelski. Segundo ele, o “estouro” da falta de quitação do empréstimo podia ocorrer em um mês ou em um período maior. Os valores contraídos, acrescentou, variavam desde R$ 15 mil até R$ 400 mil.