Ação contra quadrilha que atacou carro-forte em Guaíba termina com 11 presos

Ação contra quadrilha que atacou carro-forte em Guaíba termina com 11 presos

Líder do grupo chegou a tentar fugir do cerco policial por uma chaminé

Christian Bueller

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Durante a Operação Pavão, deflagrada pela Polícia Civil na madrugada desta quarta-feira, onze pessoas foram presas, uma preventivamente, sete temporariamente e três em flagrante por posse de arma de fogo e munições. O alvo foi a quadrilha responsável por um ataque a carro-forte, ocorrido ainda em dezembro de 2021 em Guaíba. Foram cumpridas 64 ordens judiciais em nove cidades do Rio Grande do Sul, entre elas, Porto Alegre, Canoas, Getúlio Vargas, Bento Gonçalves, São Gabriel e Capão da Canoa, além de São Paulo. 

A prisão mais esperada era do homem conhecido como Uca, líder da formação criminosa e que estava morando em Canoas. Por volta das 7h, os agentes chegaram na residência, localizada no bairro Fátima, para prender o homem que tem extensa ficha criminal e era considerado foragido. Percebendo a presença dos policiais civis, o chefe da quadrilha pulou o muro e fugiu em direção à casa dos fundos, já na rua de trás. Um cerco foi armado em toda a quadra, entre as ruas Rui Barbosa, Cairú e Diretor Augusto Pestana, inclusive com o auxílio de um helicóptero, que iluminava o perímetro. Silva, então, pulou em uma chaminé e caiu em uma churrasqueira de um vizinho. Por lá ficou durante uma hora e meia, até ser encontrado e preso.

O delegado que comandou a operação, João Paulo de Abreu, titular da Delegacia de Roubos do Deic, agradeceu e saudou o trabalho dos 250 policiais que participaram da ação e detalhou a prisão. “Ele estava com uma companheira e filho dentro da casa. Ele quebrou telhas e ao cair na churrasqueiras, machucou os pés. Nenhum policial se feriu. A prisão do Maurício é a mais importante porque foi identificado como líder da organização”, relatou. O criminoso estava armado, mas o revólver não foi localizado na captura. Durante a saída do detido do pátio da casa onde estava escondido, na rua Rui Barbosa, os moradores aplaudiram o trabalho da polícia. 

Material apreendido na operação / Foto: Alina Souza 

Durante a entrevista coletiva para tratar da operação, faltava espaço para as caixas de materiais apreendidos que chegava no auditório do Deic, na Capital. Armas de fogo, munições, carregadores, coletes, roupas táticas de uso das forças de segurança pública, máscaras com emblemas da Polícia Civil, lanternas e outros objetos foram recuperados.

Das ordens judiciais, foram mandados de prisão preventiva, prisões temporárias e mais 55 de busca e apreensão. A quadrilha, na época do crime, ocorrido nas dependências de um supermercado de Guaíba, utilizou fuzis e pistolas e roupas táticas das forças de Segurança Pública. Além disso, tripularam uma viatura caracterizada com a insígnia da Polícia Civil RS, abordaram os vigilantes e roubaram mais de R$ 4,3 milhões dos cofres de um carro-forte.

ILHA - Na fuga, um dos veículos foi abandonado por problemas mecânicos, sendo encontrados no seu interior cassetes com dinheiro vindo do roubo. A quadrilha se dirigiu até a Ilha do Pavão, na Capital, local onde dois suspeitos foram presos em flagrante e outros dois mortos após confronto com a Brigada Militar. Na Ilha, foram localizados coletes balísticos, revólveres, fuzil, carregadores e munições de calibres diversos e uma série de equipamentos e vestimentas táticas.

Foram identificados os responsáveis pela aquisição dos vestuários táticos e do armamento utilizado pelos autores do roubo ao carro-forte. Um dos suspeitos presos na operação foi identificado como sendo o líder da organização criminosa, executando funções de comando no dia da ação. Apurações anteriores sobre o mesmo suspeito identificaram a prática de crimes de roubo a carro-forte praticado com emprego de fuzil. 

Outros dois presos participaram efetivamente do roubo ao carro-forte, dirigindo os veículos utilizados no dia. Os demais presos tiveram suas tarefas divididas entre: fornecer informações privilegiadas acerca do funcionamento da empresa e fornecer armamento e materiais táticos análogos ao utilizado pela Polícia Civil.


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