Ação investiga esquema familiar de jogos ilegais em Porto Alegre

A Polícia Civil deflagrou uma operação na manhã desta terça-feira para combater um esquema de jogos ilegais em Porto Alegre. A ofensiva, chamada de Aposta Suja, investiga o uso de máquinas caça-níqueis e do jogo do bicho para ganhar dinheiro. Dezesseis mandados de busca e apreensão são cumpridos na cidade e miram empresários gaúchos e catarinenses. Conforme os investigadores, o alvo da operação é uma família de um bicheiro morto a tiros em 2021, que seria responsável por seguir com o negócio após o assassinato do líder, conhecido como Jonca. 

De acordo com a Polícia Civil, o esquema funcionaria durante décadas e conta com outros sócios. Mais de duas dezenas de empresas foram constituídas com esse objetivo, nos mais variados ramos como livrarias, casas lotéricas, cafeterias e vendas de título de capitalização. Também foram adquiridos, pelos investigados, imóveis e veículos, para dar aparência lícita proveitos do crime.  

Segundo os investigadores, centenas de milhões de reais foram movimentados pelos empresários durante o período analisado pelos policiais. A investigação envolvendo familiares de Jonca remonta à época em que o bicheiro foi assassinado.  

A operação da Polícia Civil mobilizou mais de 50 agentes e foi coordenada pelo delegado Cassiano Cabral, diretor da Divisão de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro do Deic. A investigação é do delegado Filipe Bringhenti, da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro.  

Segundo o Delegado Cassiano Cabral: “O objetivo da investigação atual do Deic é mostrar que a maior parte do dinheiro adquirido com jogo ilegal foi aplicado em atividades legalizadas. Estão sendo cumpridas ordens de sequestro de 14 imóveis e 11 veículos, além de bloqueio de 18 contas bancárias e corretoras de criptoativos. Outras 29 pessoas terão seus sigilos bancário, fiscal e bursátil afastados para que novos elementos sejam trazidos ao Inquérito Policial.